Infraero registra atrasos ou cancelamentos em 40,5% dos vôos

Congonhas fica fechado por meia hora para pousos e decolagens; Cumbica também tem manhã complicada

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Por Solange Spigliatti
Atualização:

Da zero hora às 10 horas, dos 644 vôos programados em aeroportos de todo o País, 209 tiveram atrasos superiores a uma hora (32,4%) e outros 52 foram cancelados, o que corresponde a 8%, de acordo com balanço divulgado no fim da manhã desta segunda-feira, 23, pela Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). Os dados mostram que aproximadamente 40,5% dos vôos apresentavam problemas nesta segunda.   Veja também:  Situação dos aeroportos   O Aeroporto de Congonhas, na zona sul de São Paulo, foi fechado para pousos e decolagens pela segunda vez nesta manhã, às 11h25. O aeroporto tinha parado de funcionar durante meia hora, entre 10h25 e 10h55. A TAM e a Gol fecharam o check-in devido ao acúmulo de passageiros na sala de embarque.   Por volta das 10 horas, técnicos de Congonhas verificaram o nível de água acumulada na pista auxiliar, a única em operação desde a interdição da via principal.Antes do acidente com o Airbus A320 da TAM, na terça-feira, 17, a pista principal era fechada sempre que esse nível atingia os três milímetros. A assessoria não soube dizer se esse número vale também para a via auxiliar.   Por causa do mau tempo, a TAM cancelou 27 de seus vôos que partiriam ou pousariam em Congonhas. Segundo a assessoria da empresa, foram feitos cancelamentos e transferências para outros aeroportos aconteceu porque Congonhas, após o acidente, só opera com a pista auxiliar, que impõe restrições a aviões de grande porte em dias de chuva.   Após um fim de semana conturbado por causa do mau tempo na região sul do País e em razão da pane no Cindacta 4, em Manaus, o Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, teve uma manhã marcada por atrasos nesta segunda. A chuva obrigou o aeroporto a operar por instrumentos desde as 8 horas. Apesar disso, da zero hora até o meio-dia desta segunda, 30 das 145 partidas estimadas para esta manhã registraram atrasos de mais de uma hora. Três vôos foram cancelados, segundo a Infraero.   Apesar disso, da zero hora até o meio-dia desta segunda-feira, 30 das 145 partidas estimadas para esta manhã registraram atrasos de mais de uma hora. Três foram cancelados, segundo a Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero). O aeroporto também recebeu durante toda a manhã os vôos que foram alternados de Congonhas, para Cumbica. Segundo a Infraero, até as 11h30 foram registrados 29 vôos que tinham o destino final inicialmente em Congonhas, principalmente das empresas aéreas TAM e Gol.   Reclamações em Congonhas   Em Congonhas, desde 6 até 10 horas, dos 76 vôos programados, 12 foram cancelados e 10 tiveram atrasos de mais de uma hora. Outros 20 vôos foram desviados para  Cumbica. Muitos passageiros demonstraram irritação pelos atrasos  e pela "falta de informação das companhias aéreas".   O advogado José Fernando Simão está desde domingo tentando embarcar para Curitiba. "Eu cheguei ontem, às 16 horas, aqui (Congonhas), e à meia-noite estava voltando para cá, de ônibus". Depois de tentar obter informações no check-in lotado da Gol, desistiu  resolveu viajar de ônibus. "A Infraero está claramente enrolando a gente. Não há previsão de saída".    Raquel Salgado, jornalista, deveria embarcar para Belo Horizonte na manhã desta segunda. "Eu estou na sala de embarque porque eles (companhias aéreas) mandam a gente ficar aqui esperando. A sala está completamente lotada, tem muita gente no chão, outras pessoas em pé, mas, apesar de tudo, a sensação é a de que estão tranqüilos e conformados com o quadro", desabafou.   Congonhas continua operando apenas pela pista auxiliar porque a principal permanece interditada e não há previsão de quando será reaberta, por conta do acidente ocorrido com o vôo 3054 da TAM na última terça-feira, 17. Só têm acesso a ela os investigadores da Aeronáutica e da Polícia Federal. Na via auxiliar, os pousos e decolagens acontecem obedecendo ao tamanho e ao peso das aeronaves.   Em Congonhas, por volta das 6h36, o piloto do vôo 3539 da TAM, vindo de Belém, acabou arremetendo. A Infraero não soube dizer se esse avião já pousou em Congonhas mesmo ou o fez em outro aeroporto. Reiterou, no entanto, que esse tipo de manobra é "rotineira" e que o órgão sempre recebe, no fim do dia, um relatório das empresas aéreas informando sobre os vôos cujos pilotos preferiram adotar a medida.   Demais localidades   As operações de decolagem no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, ficaram suspensas na manhã desta segunda-feira por quase uma hora. Segundo a Infraero, o aeroporto foi fechado às 7h50 e só reabriu às 8h40. A Infraero não soube informar qual seria o motivo do fechamento. Todos os vôos que deveriam sair nesta manhã estavam com atrasos de mais de uma hora.   A maioria dos vôos que seguiriam do aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, para São Paulo, nesta manhã de segunda-feira, 23, foram cancelados. Já no Aeroporto Internacional Tom Jobim, seis partidas apresentaram alteração de horário e seis foram canceladas. Das chegadas, nove tiveram atrasos de mais de uma hora e quatro delas foram canceladas.   O Aeroporto Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, operou por instrumentos desde a meia-noite até as 9 horas, quando a Infraero emitiu um boletim sobre as condições dos vôos. Até esse horário, das 37 operações previstas, 11 (30%) estavam com atraso superior a uma hora e 4 vôos (11%) foram cancelados. Dos 13 vôos comerciais previstos para decolar do Aeroporto Internacional de Salvador entre zero hora e 12 horas, oito sofreram atrasos de mais de uma hora e um, com destino a Guarulhos, foi cancelado.   Enquanto isso, o número de partida de vôos do Aeroporto Carlos Drummond de Andrade (Pampulha), em Belo Horizonte, aumentou 33,9% na última semana. Já o número de chegadas cresceu 31,6%. O número de partidas passou de 106, na semana entre 9 e 15 de julho, para 142, entre 16 e 22 de julho. Na última semana, houve ainda sete vôos cancelados e 12 atrasados, situação que não aconteceu em nenhum dos vôos da semana anterior.         (Colaboraram Evandro Fadel, do Estadão, e Paulo R. Zulino, do estadao.com.br)

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