Incêndio em vagões de trem consome 2,2 mil toneladas de celulose

Composição levava celulose para o Porto de Santos, quando passou próximo a um incêndio em uma mata; as chamas atingiram o trem

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Por CHICO SIQUEIRA
Atualização:
Vagões com celulose pegaram fogo em estrada de ferro no interior de SP Foto: Ata News/Charles Kaleb

Atualizada às 17h21

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LAVÍNIA - Equipes do Corpo de Bombeiros apagaram nesta quarta-feira, 9, os últimos focos do incêndio que destruiu 32 vagões ferroviários, carregados com celulose, na tarde desta terça-feira, 8, no trecho da estrada de ferro da América Latina Logística (ALL), entre os municípios de Valparaíso e Lavínia, no interior de São Paulo.

A Fíbria, responsável pela fabricação de celulose de eucalipto, não revelou a quantidade de celulose transportada, mas um funcionário da empresa estimou que cada vagão levava cerca de 70 toneladas de celulose, cujo preço praticado pela Fíbria varia de US$ 720 a U$ 920 a tonelada, dependendo do país comprador. 

A estimativa da mesma fonte é de que o prejuízo com a perda da celulose poderia girar entre US$ 1,6 milhão e US$ 2 milhões (entre R$ 6 e R$ 7,5 milhões). Consultada, a assessoria da Fíbria informou que a companhia não falaria sobre números e enviou nota na qual afirma que tinha tomado "as medidas cabíveis para a contenção do incêndio e segurança para a comunidade".

A composição, com mais de 100 vagões, levava a celulose, produzida na fábrica da Fíbria, em Três Lagoas (MS), para o Porto de Santos, quando ao passar perto de um canavial em chamas, pegou fogo. Trinta e dois vagões com celulose teriam sido atingidos. O incêndio foi causado por faíscas do curto-circuito na rede elétrica de uma propriedade rural, que atingiram o canavial. 

De acordo com o Corpo de Bombeiros, o vento levou as chamas para a composição. "As laterais dos vagões são tapadas com lonas, material de fácil combustão, o que ajudou na propagação das chamas", explicou o capitão Márcio Fujikuro, do Corpo de Bombeiros.

Quatro caminhões da corporação foram deslocados para o combate, que também contou com auxílio de caminhões-pipas de usinas de açúcar e álcool das proximidades. Apesar da forte chuva, o vento ajudou a espalhar e aumentar ainda mais as chamas, obrigando os bombeiros a separar os vagões e a se mudar de lado para evitar que as viaturas e eles mesmos também fossem atingidos.

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A concessionária informou que enviou equipes para auxiliar no rescaldo, fazer a remoção da carga que restou em vagões não atingidos pelo incêndio e retirar os vagões do local para liberar o trecho para passagens de novas composições. A empresa esclareceu que fará uma apuração detalhadas sobre os danos à ferrovia e à carga transportada. 

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