Imagens do Google mostram o que já sumiu com a seca do Cantareira

Empresa atualiza fotos de satélite sobre as principais represas do manancial, na região de Bragança Paulista, onde Sabesp iniciou captação de água do 'volume morto'

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Por Fabio Leite
Atualização:

SÃO PAULO - Sentido na torneira por parte dos moradores da Grande São Paulo e da região de Campinas, o estrago provocado pela crise de estiagem no Sistema Cantareira pode agora ser visto por qualquer um pela internet. O Google atualizou as imagens de satélite sobre as represas Jaguari-Jacareí, entre Bragança Paulista e Joanópolis, a cerca de 100 quilômetros da capital. Captadas em abril, as fotografias revelam os inúmeros braços dos reservatórios que já desapareceram com a seca.

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Na mesma navegação é possível ver como estava o principal manancial paulista antes da crise, anunciada pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) no fim de janeiro. Isso porque as imagens mais afastadas e aquelas capturadas pela ferramenta Street View foram feitas há três anos, quando o Cantareira estava com a capacidade próxima de 100%. No mês passado, contudo, os reservatórios Jaguari-Jacareí registravam apenas 3% do "volume útil" para abastecimento.

Nos novos registros, é possível ver, por exemplo, as obras contratadas pela Sabesp para a retirada de água do chamado "volume morto" na Represa Jacareí, na divisa entre Joanópolis e Piracaia. A captação inédita, pelo túnel 7, foi acionada pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB) no último dia 15. Quem der um zoom na Rodovia José Augusto Freire (SP-036) verá uma bela represa margeando a pista em abril de 2011. Basta afastar um pouco a imagem para a imensidão de água sumir do mapa.

Nesses dois reservatórios, que representam juntos 80% da capacidade do Cantareira, praticamente toda quantidade de água vista pelas novas imagens de satélite já são do "volume morto" das represas, ou seja, fica abaixo do nível das comportas da Sabesp. Para captar 105 bilhões de litros da reserva profunda do Jaguari-Jacareí e outros 77 bilhões de litros da Represa Atibainha, em Nazaré Paulista, a Sabesp deve gastar cerca de R$ 80 milhões.

Segundo estimativa feita pela companhia, o volume de água disponível para abastecimento nas cinco represas que formam o Cantareira deve durar até o "início das próximas chuvas", que tradicionalmente ocorre em outubro. Até lá, a Sabesp descarta adotar racionamento de água generalizado na Grande São Paulo. 

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