Iguatemi abre amanhã shopping em Alphaville

Chegada de centro de compras faz vizinhos temerem aumento do trânsito e prefeitura proibir estacionamento na Alameda Xingu

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Por Valéria França
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Na época da construção do primeiro loteamento de Alphaville, em Barueri, 1975, um dos grandes atrativos publicitários do empreendimento, até então só residencial, era estar a "apenas 15 minutos de carro do Shopping Iguatemi", nos Jardins, zona sul de São Paulo. O tempo para percorrer a distância hoje é muito maior - pode levar mais de uma hora, dependendo do trânsito. E, a partir de amanhã, a Iguatemi Empresa de Shopping Centers inaugura ali novo centro de compras, com megalojas, butiques, cinemas e restaurantes. "Alphaville cresceu tanto que temos os problemas e os benefícios de um grande centro", resume o advogado Emilson Nazário Ferreira, de 46 anos, morador da região há 9 e presidente da Sociedade Integrada Alphaville Tamboré. "O crescimento da região foi desordenado e falta infraestrutura. Ter um shopping por perto é sempre bom, mas pode também piorar o trânsito, que aqui já é um problema crônico."Com 28 condomínios residenciais horizontais e cerca de 50 empreendimentos verticais e comerciais, a região tem 70 mil moradores e uma população flutuante estimada em 180 mil pessoas - a maior parte funcionários das 4 mil companhias instaladas na região. "Na última década, o número de empresas quase dobrou", diz Leonardo Rodrigues da Cunha, de 59 anos, gerente da Associação Residencial e Empresarial Alphaville.Até agora, moradores já podiam contar com o pequeno Shopping Flamingo e o Centro Comercial de Alphaville, que abriga clínicas, escritórios, consultórios e lojas. Boa parte também fazia compras no Shopping Tamboré, a poucos quilômetros de distância. O novo Iguatemi foi construído na Alameda Araguaia, a mais movimentada da região e que concentra o maior número de empresas. Da Rodovia Presidente Castelo Branco já dá para ver o prédio instalado em um terreno de 32 mil metros quadrados, que pertence à Takaoka, empresa que idealizou Alphaville, cercado de torres comerciais. No fim de semana, os estacionamentos dos escritórios ficam liberados para uso do Iguatemi e o número de vagas aumenta de 1.700 para 2.300. "Quando o shopping estiver funcionando, faremos uma pesquisa com os moradores para perguntar o que mudou com o novo shopping", diz Ferreira.Por determinação da prefeitura de Barueri, a entrada de carros no novo centro de compras será pela Alameda Araguaia e a saída, pela Alameda Xingu, onde a partir de amanhã o estacionamento de veículos na rua estará proibido. Assim que o shopping abrir as portas, serão avaliadas outras eventuais alterações.Novidades. Da área total do terreno, 119.283 m² foram destinados ao prédio do novo shopping, que abre com novidades, como a rede argentina de sorvetes artesanais Freddo, sucesso em Buenos Aires pelo sorvete de doce de leite. É a primeira unidade da capital. "O shopping ganha marcas que ainda não estavam na região, como Zara, Victor Hugo e Le Lis Blanc ", diz Charles Krell, vice-presidente de Operações da Iguatemi Empresa de Shopping Centers. Outra atração serão as nove salas de cinema da rede mexicana Cinépolis, equipadas com poltronas de couro reclináveis. Três delas, as chamadas vips, têm cadeiras maiores, com ajuste elétrico, mesas de vidro para apoiar comida e serviço de garçons.Em expansãoR$ 11 mil é a renda média de 76,3% dos domicílios em Alphaville.180 milé a população flutuante da região, considerando Barueri e Santana de Parnaíba.R$ 181 mifoi o investimento para a construção do Iguatemi Alphaville. R$ 120 mifoi o investimento feito pelo Shopping Tamboré.OS NOMESIGUATEMI E ALPHAVILLEGRANDE SÃO PAULOIguatemi significa na língua tupi "rio ondulante". A rua com esse nome, no trecho do primeiro shopping do País, na zona sul de São Paulo, é atualmente denominada de Brigadeiro Faria Lima. As motivações para a escolha do nome Iguatemi (que pode até ser uma referência ao Pinheiros ou ao encontro de outros rios) ainda estão sendo pesquisadas pelo Departamento do Patrimônio Histórico.Já o nome Alphaville se deve aos residenciais idealizados na região oeste da Grande São Paulo pelos engenheiros Yojiro Takaoka e Renato Albuquerque. Inicialmente, pretendia-se criar um polo de desenvolvimento para 150 indústrias. Mas o empreendimento acabou atraindo moradores da classe média alta.

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