A aposentada Maria Feliciano da Conceição, de 85 anos, morreu na noite de quinta-feira, 30, no Pronto Socorro Central de Praia Grande, na Baixada Santista, após ter sido agredida por Evandro Silva Dias, de 44 anos, que aguardava atendimento psicológico no local. Ele morreu horas depois. A aposentada estava internada na emergência do PS desde domingo, com insuficiência respiratória. Segundo sua neta, a dona de casa Michelle França Cartura do Nascimento, de 23 anos, a idosa estava bastante debilitada e apenas não foi para o Centro de Terapia Intensiva (CTI) por falta de vaga. "A gente já estava se preparando para o óbito, mas não da maneira que foi. Ele simplesmente entrou na emergência, mirou nela e deu socos no tórax e na face", conta Michelle. O incidente aconteceu por volta das 19h30. Na mesma noite, a família registrou boletim de ocorrência na Delegacia Sede de Praia Grande e Dias chegou a ser autuado em flagrante por homicídio, porém, ele permaneceu no complexo hospitalar, escoltado pela polícia, e morreu às 13 horas desta sexta-feira, 31, na ala de psiquiatria do Hospital Irmã Dulce. Os médicos não divulgaram a causa da morte e, como o falecimento aconteceu menos de 24 horas após a internação, o corpo teve que ser encaminhado para Serviço de Verificação de Óbito (SVO), no hospital Guilherme Álvaro, em Santos. Comenta-se que ele tenha tido uma parada cardíaca após outro surto. O irmão do paciente, o chefe de segurança Edmilson Silva Dias, disse que a família aguarda explicações da perícia médica. "A esposa dele viu que estava com a costela quebrada e hematomas, agora vamos esperar o resultado do Guilherme Álvaro". Segundo ele, embora o irmão tenha sofrido distúrbios psicológicos há 13 anos, não apresentou agressividade. "Ele falava demais, brincava demais, mas foi feito um tratamento e ficou bom. Dessa vez ele estava agressivo, daí deu entrada no hospital e infelizmente teve a negligência da Santa Casa", disse Edmilson Dias, completando que seu irmão levava uma vida normal, era casado e trabalhava em uma empresa de segurança. A Secretaria de Saúde Pública determinou a instauração de sindicância no hospital parar apurar possíveis responsabilidades. A família de Maria pretende processar a prefeitura. "O que a gente quer é que seja esclarecido porque não tinha ninguém lá no momento. Foi uma negligência. Se a Santa Casa (nome antigo do hospital) tem a área da psiquiatria, por que ele não estava lá?", questiona-se Michele, pouco depois do enterro de sua avó, no Cemitério Municipal de Praia Grande, às 16 horas. Atualizado às 20h58 para acréscimo de informações