Homicídio deixa de ser 'epidemia' em SP

Taxa fica abaixo de 10 casos por 100 mil habitantes no 1º trimestre; com exceção da área de Piracicaba, queda foi generalizada no Estado

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Foto do author Marcelo Godoy
Por Bruno Paes Manso e Marcelo Godoy
Atualização:

Os homicídios deixaram de ser uma epidemia em São Paulo. Pela primeira vez, a taxa desse crime no Estado começou o ano abaixo do nível de 10 casos por 100 mil habitantes, acima do qual a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera que o crime se tornou epidêmico. Os números divulgados pela Secretaria da Segurança Pública ontem mostram que ocorreram 992 assassinatos no primeiro trimestre, o que fez a taxa ficar em 9,52 por 100 mil habitantes. O resultado foi comemorado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB), que o havia estabelecido como uma de suas principais metas para a segurança pública no atual governo. O governador fez o anúncio do resultado pela manhã, ao mesmo tempo em que informava que os dados criminais passariam a ser divulgados de forma mensal, e não mais por trimestre. "Pela primeira vez em toda a série histórica, o Estado de São Paulo atende aos índices da OMS", disse.De fato, a queda foi generalizada no Estado (-18,9%), com diminuição de homicídios na capital (-41,4%) e no interior (-7,8%) em comparação com o mesmo período de 2010. Houve apenas uma exceção: a região do departamento de polícia de Piracicaba, onde o aumento foi de 89%.A curva dos homicídios no Estado, que parecia ter parado de cair em 2010, voltou a mostrar tendência de queda. "Não vamos nos acomodar com esse resultado. Precisamos aumentar a qualidade dos inquéritos para conseguir a efetiva condenação dos autores desses crimes", afirmou o delegado-geral da Polícia Civil, Marcos Carneiro Lima.A taxa desse tipo de crime na capital ficou em 7,8 por 100 mil habitantes. Foram 220 casos na cidade, que registrara 376 assassinatos no primeiro trimestre de 2010, o único de aumento desse delito nos últimos dez anos - 22,9% a mais do que em 2009.Novas prioridades. No caso do departamento de polícia com sede em Piracicaba, a polícia já sabe que o aumento aconteceu por causa das regiões de Americana (100% de aumento) e de Rio Claro (crescimento de 4 casos para 13 homicídios). Santa Bárbara (5 casos), Americana (6 casos), Hortolândia (11 mortes) e Sumaré (15 delitos) concentraram a maioria dos casos. "Contra isso, vamos priorizar as apreensões de armas de fogo e a prisão dos autores dos crimes", disse o delegado-geral.

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