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Homicídio cai 21%, mas roubo sobe 16% na capital

Por Bruno Paes Manso e Daniel Trielli
Atualização:

A tendência de crescimento dos crimes contra o patrimônio e de queda na violência contra pessoas voltou a se repetir em agosto. Na capital, o mês passado teve o menor número de homicídios registrados nos meses de agosto dos últimos 12 anos. Foram 84 ocorrências (queda de 20,8% em comparação com o mesmo mês de 2012), acumulando a quinta queda consecutiva nos últimos cinco meses.

Em compensação, no mesmo período, aumentou na capital o total de roubos em geral (casas, lojas, pedestres, em 16%), de carros e de carga, além de furto de veículos. O principal aumento foi o de roubo a bancos, que cresceu 143% (de 7 para 17).

Também cresceu o total de latrocínios, com 11 casos em agosto, total 175% maior do que as quatro ocorrências do mesmo mês do ano passado. O pico de roubos seguidos de morte nos últimos três anos aconteceu em maio de 2012 (16 ocorrências).

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O secretário da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, analisou que o crescimento dos roubos decorre de dois motivos "estruturantes". O primeiro está relacionado aos desmanches de carros, que acabam incentivando o mercado negro de carros e peça roubadas. Para lidar com o problema, o governo já enviou à Assembleia um projeto de lei para acabar com esse tipo de estabelecimento. "A gente sabe que 50% dos latrocínios estão relacionados a roubos de carros que dão errado. Essa medida (fechar desmanche) é fundamental", disse Grella.

A segunda causa, para a secretaria, seria a "legislação frouxa", que permite a progressão de acusados de crimes graves. "Seria necessário endurecer essas penas, mas na reforma do Código Penal a questão nem sequer está sendo contemplada", reclamou o secretário.

Sobre os roubos a banco, Grella explicou que os criminosos deixaram de explodir caixas eletrônicos (por causa da melhora da tecnologia dos equipamentos e da repressão policial a esse tipo de crime) e começaram a atacar diretamente as agências.

Oito meses.

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Confirmada a tendência de queda, até o fim do ano a cidade e o Estado devem registrar redução de homicídios em relação ao ano passado. No segundo semestre do ano passado e no primeiro trimestre deste ano, a violência vinha em níveis mais elevados do que em períodos anteriores. Nos primeiros oito meses de 2013, a capital teve 784 homicídios, a mesma quantidade do mesmo período do ano passado. Já o Estado, nessa comparação, teve queda de 0,1%, ou três casos a menos.

No Estado de São Paulo, agosto teve tendência semelhante à da capital: queda nos casos de homicídios e alta das ocorrências de crimes contra o patrimônio. A redução dos homicídios no Estado foi de 4,8%, com 374 casos no mês passado. Em compensação, cresceram roubo (10,1%), roubo de carro (15,9%) e roubo a banco (150%).

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