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Homens são maioria na festa da Vila Madalena, mostra pesquisa

Os dados são preliminares e fazem parte de uma pesquisa feita a pedido da Secretaria Municipal de Cultura nas ruas do bairro

Por Bruno Ribeiro
Atualização:

SÃO PAULO - Quem foi para a Vila Madalena durante as noites de carnaval deste ano foi, na maioria, homens, de 18 a 24 anos, que chegaram de transporte público, não moram no bairro e nunca haviam participado de carnavais de rua. Mais importante: eles não foram para nenhum bloco específico, foram só para a Vila.

Os dados são preliminares e fazem parte de uma pesquisa feita a pedido da Secretaria Municipal de Cultura nas ruas do bairro entre sábado, 6, e esta terça-feira, 9, com 1.200 entrevistas. Ela reforça a impressão de quem foi até o bairro durante os dias de folia: quem foi até ali estava em busca de um “rolezinho”, não de um carnaval de rua. 

Lotação. Perímetro no bairro chegou a ter acesso fechado por excesso de foliões Foto: Rafael Arbex / ESTADAO

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Os dados mostram que 68% dos frequentadores não são da Vila. Ao todo, 56% são homens e 52% do público tem entre 18 e 24 anos. A maioria masculina fez ser comum práticas e relatos de assédio e atitudes desrespeitosas com as garotas. 

Rodas de garotos se formaram ao redor de rapaz e moça que conversavam e gritavam “beija, beija” para a dupla. Algumas das meninas atendiam a “plateia” na hora, contentes com o novo par. Outras, visivelmente incomodadas, pediam para parar – mas não eram obedecidas. Houve quem fosse resgatadas por amigos, mas também quem teve de empurrar os rapazes e gritar “não” para se livrar do assédio.

Blocos. Ainda de acordo com a pesquisa, metade do público da Vila chegou no bairro neste carnaval entre 16 horas e 20 horas, horário em que os blocos de rua já haviam acabado. 

Mas 84% não foram para nenhum bloco específico. Levando em conta só esse público, que foi para a Vila sem ter ido atrás de blocos, 39% responderam que escolheram o bairro “porque o lugar é badalado”. Além disso, 40% disseram que foram à Vila “para acompanhar amigos”. E 99% deles não sabiam que, a poucos quarteirões dali, no Largo da Batata, aconteciam shows após os blocos – outra tentativa da Prefeitura de tirar gente da área ao redor da Rua Aspicuelta. 

Segundo o secretário municipal de Cultura, Nabil Bonduk, o número de reclamações sobre o carnaval do bairro foi “menor” neste ano. “Os dados servirão para avaliar o que pode mudar no ano que vem”, disse. A Prefeitura avalia que é possível achar formas de fazer os jovens buscarem mais locais para fazer festas paralelas no carnaval do ano que vem, reduzindo o estresse entre moradores e os blocos de rua. 

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