11 de setembro de 2012 | 03h08
"Nossa, agora está joia", disse o anunciador da compra de ouro de 67 anos, que não quis se identificar, na porta da Estação República do Metrô, no centro.
"Foi a Prefeitura que mandou fazer assim. Agora não morro de calor nem carrego aquele peso todo", conta. Por uma jornada de 10 horas de trabalho ele recebe R$ 10 pelo anúncio do ouro e R$ 30 pelo de um escritório de advocacia.
A entrada em cena dos coletes é fruto de uma negociação iniciada com uma associação de homens-placa que anunciavam emprego. Segundo a presidente da CPPU, Regina Monteiro, eles procuraram a comissão e foram orientados a trocar os cavaletes por coletes. Sobre os vendedores de ouro, Regina afirma que eles não são irregulares. "Não entramos no mérito do que as pessoas usam. É um direito vestir o que quiser."
Na Rua Barão de Itapetininga, também no centro, antigo reduto dos homens-placa, a reportagem contou ao menos cinco anunciadores de serviços diversos, como impressão, digitação, compra de ouro e de tíquetes de refeição e de transporte.
Fim de semana. Mas se os compradores de ouro se reinventaram no centro, os homens-seta, que trabalham para empreendimentos imobiliários, seguem tomando todas as regiões da cidade. Esses, no entanto, são irregulares. "Quando veem os fiscais, eles tiram as placas rapidamente e saem andando", afirma a presidente da CPPU. / D.G. e J.D.
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