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'Havia de paquera a discussão política'

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Por Redação
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Em 1970, o Riviera era um bar lindo. Tinha de tudo. Havia um balcão grande e muitas mesas. Também havia um terracinho gostoso, que funcionava antes de abrir a passagem subterrânea que dava para o antigo Cine Belas Artes (fechado em 2011). O serviço era legal, com um garçom que gostava da gente. Era o Juvenal, ele até virou personagem do Angeli, nos quadrinhos da Rê Bordosa. Mesmo que você não tivesse marcado com ninguém, se desse uma passada lá, encontrava conhecidos. Ainda tem lugar assim em São Paulo. Mas, naquela época, a cidade era menos tumultuada e povoada. Os lugares e os projetos também eram mais simples. Vendíamos um fanzine de histórias em quadrinhos, o Balão, que todos os cartunistas que estavam começando participavam. Fazíamos 2 mil exemplares e vendíamos tudo. O dinheiro era usado para produzir a próxima edição. Naquele tempo, não existia bar de azaração, termo que até surgiu depois, mas lá também era um lugar de paquera. As pessoas conversavam, se conheciam. E no meio disso tudo, havia muita discussão sobre política, arte e sociologia. Era um prazer estar lá.

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