Haddad inicia obra de 2 pontes sobre o Rio Pinheiros

Pacote viário ajudará a desafogar o trânsito na região do Morumbi; ciclistas terão via restrita com acesso ao Parque Burle Marx

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Por Adriana Ferraz
Atualização:
No Panamby. Os novos empreendimentos vão pagar parte da revitalização dessa área Foto: Nilton Fukuda/Estadão

SÃO PAULO - O prefeito Fernando Haddad (PT) ordenou o início das obras de um pacote viário que visa a reduzir parte dos gargalos no trânsito da região do Morumbi, zona sul da capital. Com contrato assinado há mais de dois anos, o projeto prevê duas novas pontes sobre o Rio Pinheiros e a execução do prolongamento da Avenida Doutor Chucri Zaidan em 3,2 quilômetros. Somando os custos com desapropriações, o pacote é avaliado em quase R$ 1 bilhão.

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A construção das pontes já começou. Cada uma terá sentido único e oferecerá novos retornos e acessos ao motorista que trafega pela Marginal do Pinheiros. A Ponte Laguna ligará o bairro do Brooklin à Rua Laguna, do outro lado da Marginal do Pinheiros. Com 365 metros de extensão, terá três faixas de rolamento e custo aproximado de R$ 150 milhões.

Além das pistas para veículos, a Ponte Laguna terá uma ciclovia com acesso direto ao Parque Burle Marx. A faixa exclusiva para bicicletas será posicionada à direita – e se interligará também com a ciclovia da CPTM. Uma passarela para pedestres completa o projeto.

Portal do Morumbi. A menos de dois quilômetros dali, a Ponte Itapaiuna será alternativa para os moradores na região do Portal do Morumbi, por exemplo, que precisam cruzar o rio no sentido Santo Amaro ou só retornar em direção ao centro. A obra também terá três faixas de rolamento, em 340 metros de extensão.

A nova ponte é uma exigência da Prefeitura para compensar os impactos no trânsito provocados pela construção de dois empreendimentos da Odebrecht na região: Parque da Cidade e Praça São Paulo. De característica multiúso, os dois conjuntos oferecerão torres corporativas, residenciais, hotel, restaurantes e shopping. A construtora vai arcar com todos os custos, também estimados em R$ 150 milhões.

Ambas servirão, segundo a Prefeitura, para ajudar a desafogar as Pontes João Dias e Morumbi, sempre travadas em horário de pico. A previsão é a de que elas fiquem prontas em dezembro de 2015. De acordo com o secretário municipal de Infraestrutura Urbana e Obras, Roberto Garibe, as pontes oferecerão novas opções de trajeto a quem precisa trafegar pela região.

“Isso em uma zona de grande expansão imobiliária. Quando se soma o impacto de todos os prédios novos, passa a ser necessária uma obra de compensação”, diz Garibe. “Com as duas pontes em operação, as alternativas de retorno também serão ampliadas para quem pretende somente passar para o outro lado do rio.”

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O plano faz parte da Operação Urbana Água Espraiada, lei aprovada em 2001, pela então prefeita Marta Suplicy (PT), para liberar a venda de títulos imobiliários como forma de arrecadar recursos para revitalizar a região – a área afetada vai do Morumbi ao Jabaquara. É esta verba, carimbada, que será usada para pagar a maior parte dos custos. O pacote ainda inclui o prolongamento, via túnel, da Avenida Jornalista Roberto Marinho (antiga Água Espraiada) até a Rodovia dos Imigrantes, a revitalização do Parque do Chuvisco e a entrega de 8 mil unidades habitacionais.

Chucri Zaidan. O prolongamento da Avenida Doutor Chucri Zaidan é a obra mais complexa do pacote – com exceção do túnel. A via ganhará 3,2 quilômetros a mais, chegando até a Avenida João Dias. Deste total, 2,6 quilômetros serão de alargamento em nível e outros 880 metros, via túnel.

Hoje, o ponto final da avenida fica perto do Shopping Morumbi, no cruzamento da Rua Joerg Bruder. É lá que a obra deve começar, segundo o secretário Garibe. Serão quatro faixas de rolamento extras em cada sentido. No projeto de expansão, 880 metros de novas pistas serão subterrâneas, para carros. Na superfície, a prioridade será dos ônibus, que terão corredor por todo o prolongamento no canteiro central da via.

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Mas, diferentemente das pontes, a extensão da Chucri Zaidan não depende apenas de recurso no caixa, mas da desapropriação de 264 imóveis. Desses, 21 já estão sob a posse da Prefeitura e os outros processos expropriatórios correm na Justiça. “Assim que estivermos com a posse dos imóveis localizados na boca de entrada e de saída do túnel já poderemos começar também essa obra, que é muito importante, pois servirá como uma paralela à Marginal do Pinheiros nessa região”, afirma o secretário.

Moradias populares. O plano prevê ainda a entrega de 8 mil unidades habitacionais - 6 mil com investimento municipal e outras 2 mil com recursos estaduais. Dessa lista, 428 moradias estão em construção, divididas em três prédios, e devem ser entregues até o fim do ano. As demais, segundo a Prefeitura, dependem de parcerias com o programa Minha Casa Minha Vida, do governo federal, e de desapropriações. A previsão é a de que 242 imóveis precisem ser desapropriados para a conclusão do pacote. A construção das moradias populares “passou na frente” das obras viárias, como o túnel da Avenida Jornalista Roberto Marinho, segundo o secretário de Infraestrutura Urbana e Obras, Roberto Garibe. Ainda conforme ele, o prefeito Fernando Haddad (PT) determinou que a função social do projeto se tornasse prioridade. O custo previsto para todas as intervenções é de aproximadamente R$ 3,4 bilhões.

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