Haddad diz desconhecer gatilho para definir rodízio de água em SP

Prefeito afirma que não recebeu do governo estadual informação sobre um nível do Cantareira que estabeleça ou descarte medida

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Por Felipe Resk e Ana Fernandes
Atualização:
"Nós não fomos informados sobre gatilho ou nada nem próximo disso. Não houve nenhuma comunicação sobre o afastamento total da possibilidade de rodízio", disse o prefeito. Foto: JF Diorio/Estadão

SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), disse na tarde desta sexta-feira, 20, não ter recebido qualquer informação do governo estadual ou da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) sobre o estudo de um gatilho - um nível a que chegue o Sistema Cantareira e demais mananciais que abastecem a Grande São Paulo - para definir se haverá ou não rodízio no abastecimento de água. 

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Haddad, que participa de um comitê da crise hídrica com outros prefeitos da região metropolitana e representantes do governo estadual, disse que a questão também não foi levada para a última reunião do comitê na semana passada.

"Nós não fomos informados sobre gatilho ou nada nem próximo disso. Não houve nenhuma comunicação sobre o afastamento total da possibilidade de rodízio", disse o prefeito.

Conforme informou o Estado, o governo e a Sabesp estudam qual seria o nível do chamado gatilho que poderia evitar o rodízio oficial, mas não existe um consenso sobre o número a que teria que chegar a capacidade do Cantareira. Nesta sexta-feira, o nível o manancial completou 15 dias consecutivos de aumento e atingiu 10%.

A avaliação preponderante hoje na Sabesp é de que as chuvas de fevereiro ainda não foram suficientes para permitir uma perspectiva otimista.

Apesar de ter dito não saber sobre tal estudo e de ter liderado o movimento de prefeitos que pediram mais transparência ao governo estadual em torno da crise da água, Haddad relativizou a necessidade de o governo do Estado comunicar os eventuais estudos às prefeituras enquanto eles ainda estão em andamento.

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O prefeito disse ainda que, em um prazo de trinta dias, o Estado levará às prefeituras um plano de contingência e que o único compromisso que o governador assumiu é de informar os municípios com antecedência, caso se estabeleça um rodízio. "O Estado é quem tem a competência técnica para definir essa medida (do gatilho). Para nós, o importante é ter clara uma divisão de tarefas."

O prefeito ressaltou que o governador Geraldo Alckmin (PSDB) negou que haja a definição de um nível do Cantareira que seja determinante para se descartar o rodízio. "O governador negou a existência do gatilho. Como é que ele vai comunicar uma coisa com a qual ele não concorda", ponderou Haddad.

Nesta quinta-feira, 19, Alckmin negou que a Sabesp tenha chegado a um número que conteria a restrição mais drástica no fornecimento. "Não há nenhuma procedência nessa informação, nenhuma", disse.

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