31 de março de 2012 | 03h05
Toda ação de publicidade em mobiliário urbano só é justificada se o mobiliário for realmente necessário para a cidade. No caso dos pontos de ônibus, o mobiliário é necessário, mas a contrapartida tem de ser proporcional ao custo que o mantenedor do mobiliário vai cobrar da empresa de publicidade para fazer os anúncios ali. O que está claro é essa desproporcionalidade entre o custo do equipamento, a manutenção dele e o custo da publicidade cobrada do anunciante versus o que aquela empresa terá de repassar à Prefeitura. Essa equação parece estar desequilibrada.
Outra coisa é a relação dos relógios de rua com o mobiliário. O ponto de ônibus é algo necessário para a cidade, especialmente em áreas mais carentes. Não temos certeza, com clareza, de que os novos pontos de ônibus serão instalados de forma equilibrada na região central, mais rica e mais interessante para o setor publicitário, e nas áreas da periferia, que mais precisam desses equipamentos.
Agora, há equipamentos, como os relógios de rua, cuja necessidade deve ser discutida. Hoje, todo mundo tem relógio, telefone celular e outras formas de obter as informações que esses relógios vão passar. Eles são absolutamente desnecessários, mas vão ser instalados com o pretexto da exploração publicitária. Não está clara a necessidade desses equipamentos, e eles vão espalhar publicidade nos espaços públicos que haviam sido beneficiados pela Lei Cidade Limpa. O que corre risco de ocorrer é que a Lei Cidade Limpa terá servido para retirar a publicidade de espaços privados, como os outdoors, para colocá-la em espaços públicos.
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