
10 de dezembro de 2011 | 03h06
O atraso da obra, em construção no distrito de Vicente de Carvalho, tornou o investimento mais caro. Prevista para custar R$ 75 milhões ao ser iniciada, em 2009, a estação está orçada atualmente em R$ 88 milhões. O investimento é da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), responsável pelo abastecimento na Baixada Santista e pressionada pela Justiça para aprimorar o tratamento na região.
Na temporada de 2010, uma epidemia de diarreia atingiu mais de 10 mil pessoas, entre moradores e turistas. Na época, a qualidade da água começou a ser questionada no município, apesar de nunca ter sido provado que era a causa do surto. Segundo a Sabesp, a água que a empresa distribui já é potável e não oferece risco à saúde.
Mesmo assim, por recomendação da Secretaria de Estado da Saúde, a companhia instalou filtros provisórios na atual ETA Jurubatuba, que abastece os moradores do distrito de Vicente de Carvalho. Do lado das praias, a água, que não é filtrada, recebe adição de cloro e flúor, o que, para a Sabesp, assegura qualidade.
O diretor de sistemas operacionais da Sabesp, Luiz Paulo de Almeida Neto, ressalta que a falta de controle sobre os produtos vendidos nas praias também incide na saúde da população. "Posso afirmar que seguimos o controle do Ministério da Saúde, mas não conheço o controle dos demais produtos, como sorvetes, gelo, sucos e alimentos caseiros. Para se determinar causas, é preciso fazer pesquisa epidemiológica. Acredito que o produto mais seguro, entre esses alimentos, é a água da Sabesp", disse.
Qualidade. Para a Prefeitura do Guarujá, a nova ETA vai "melhorar significativamente a qualidade da água da cidade". Mas, segundo a diretora municipal de Vigilância à Saúde, Ana Terezinha Lopes Plaça, para solucionar o problema a Sabesp precisa ampliar a cobertura de residências com abastecimento de água tratada. "Serviços de saneamento básico incidem diretamente na qualidade da saúde pública."
Segundo Almeida Neto, o atraso na entrega da obra se deu porque os fornecedores não cumpriram os prazos em contrato. "É uma obra de grande complexidade. Nos esforçamos muito para conseguir entregar a estação neste ano, mas tivemos problemas no andamento da obra. Estamos correndo para terminar."
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