Dois guardas municipais foram indiciados e presos após espancar Flávio Esteves Jr., de 23 anos, por volta das 22h30 de segunda-feira, 25, numa travessa da Rua do Glicério. Os guardas foram identificados como Rodrigo Jorge Atílio e Leandro Gonçales Garcia e atuam na região central da capital paulista. O jovem foi encaminhado por policiais militares para o Hospital do Servidor Público Municipal (PS Vergueiro), onde levou quatro pontos na cabeça. "Eu voltava do supermercado quando ouvi tiros e entrei no bar para perguntar à dona o que estava ocorrendo. De repente, dois guardas que estavam dentro do bar me puxaram e, sem perguntar nada me levaram até uma rua, onde me bateram, bateram, bateram, e deram coronhadas na minha cabeça", relatou o rapaz, que trabalha com o pai, o advogado Flávio Esteves, num escritório também na região central da cidade. Segundo o pai da vítima, seu filho foi arrastado pelos guardas até a rua Vasco Pereira. O jovem voltava do supermercado Comprebem, localizado na rua do Glicério. Testemunhas da agressão foram até uma base do 11º Batalhão da Polícia Militar e denunciaram o que ocorria. Os PMs foram até o local. Segundo os policiais, os guardas os ameaçaram e exigiram sua retirada. Os agressores disseram que não iriam informá-los sobre o tipo de ocorrência, pois o atendimento era deles e a PM deveria ir embora. Depois de muito bate-boca, os guardas, que se recusavam a socorrer o rapaz e ao mesmo tempo afirmavam que não iriam registrar nada em delegacia, resolveram afirmar que se tratava de uma ocorrência de desacato. "Se não fosse a chegada dos policiais militares não sei o que seria do meu filho. A PM ligou para mim e disse o que havia ocorrido. Quando cheguei constatei que meu filho tinha sido agredido violentamente. O delegado responsável pelo caso está dando toda a atenção possível", afirmou o pai da vítima. A agressão contra Flávio foi registrada no 01º Distrito Policial, da Sé. Rodrigo e Leandro tiveram suas armas recolhidas e foram indiciados por disparo de arma de fogo - pois o tiro ouvido pelo jovem foi disparado pelos guardas dentro do bar - tortura, lesão corporal dolosa, ameaça (contra os policiais militares) e abuso de autoridade. Os acusados ainda serão denunciados à corregedoria da corporação pelos policiais militares por causa das ameaças.