Atualizada às 20h47
SÃO PAULO - Um grupo de cerca de 80 motoristas e cobradores protestou na porta do Instituto de Previdência Municipal (Iprem) na Avenida Zaki Narchi, em Santana, onde se realizava a audiência pública. Eles afirmam que a nova licitação abre espaço para o fim da carreira de cobrador.
Minutos antes do início da audiência, uma bomba caseira foi estourada na rua, aparentemente pelo grupo de motoristas e cobradores, que chegou ao local entoando gritos como “Ô, Ô, o trabalhador chegou!”. Um policial civil desceu de uma viatura próxima com a arma na mão para abordá-los, mas ninguém chegou a ser detido. Outra bomba estourou minutos depois, na porta do auditório.
O secretário Jilmar Tatto teve de vir ao microfone para dizer que a figura do cobrador “não vai acabar”. Foi ovacionado. Depois, disse à imprensa que o cobrador, “no mundo todo, é profissão em extinção” e os profissionais nesses cargos poderiam ser remanejados. “Então, tem de ver caso a caso. Pode virar assistente do motorista ou atender no pré-embarque.”
Segundo o diretor do sindicato da categoria, Pedro Moreira de Alcântara Júnior, existem 15 mil cobradores em São Paulo. “Tem empresários que querem acabar com o nosso emprego.”
Ao longo da sessão, várias pessoas ainda ergueram a voz, no auditório lotado, e criticaram a Prefeitura por optar por uma licitação internacional. “Vamos ter de aprender inglês?”, indagavam. Também houve antigos perueiros que reclamaram da remuneração que vêm recebendo após terem se transformado em empresas. A mudança é para atender ao próximo edital, mas resulta em mais custos e impostos.