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Grupo organiza 'beijaço' contra homofobia em confeitaria de SP

Marcado pela web, protesto deve acontecer em filial da Ofner na região da Avenida Paulista, onde casal gay alega ter sido discriminado

Por Eduardo Roberto
Atualização:

SÃO PAULO - Um "beijaço" está sendo organizado pela internet depois dos recentes episódios de homofobia em São Paulo. O ato está marcado para o domingo, 12, às 18h, em uma unidade da Ofner, na Alameda Campinas, nos Jardins. Na última semana de novembro, o local foi palco de um episódio polêmico. Um casal de homossexuais alega que estava abraçado na confeitaria quando foi repreendido por um funcionário, que teria dito que ali "era lugar de família", e que eles não deveriam se comportar como "veados". O gerente de vendas Lucio Serrano e seu namorado estão processando a rede.

 

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O grupo que organiza o ato é o mesmo que reuniu no último novembro cerca de 500 pessoas em protesto ao "Manifesto Presbiteriano sobre a Lei da Homofobia", texto assinado pelo chanceler Augustus Nicodemus Gomes Lopes, da Universidade Presbiteriana Mackenzie.

 

De acordo com André Bocuzzi, de 27 anos, um dos organizadores do "beijaço", o casal não vai participar do ato. "No começo eles queriam que o protesto fosse um 'abraço', mas isso daria a impressão de que algo além do abraço não seria permitido na loja", diz.

 

Procurada pela reportagem, a Ofner informou que não endossa "qualquer tipo de discriminação, de classes, raças ou opção sexual nos ambientes dos 19 estabelecimentos da marca na cidade de São Paulo". Com relação ao "beijaço", a empresa não se pronunciou, mas ressaltou "que todas as pessoas podem organizar movimentos em favor de suas causas". Afirmou ainda que não vai interferir no ato.

 

"Apesar da recente comoção social contra os últimos e violentos ataques homofóbicos, as agressões continuam, em todos os níveis", justifica o organizador, que espera que mais de 500 pessoas participem do protesto.

 

O grupo, além de repudiar os atos de violência homofóbica e discriminação, também pede a aprovação da PLC 122/2006, que criminaliza a homofobia no Brasil. O projeto de lei ainda tramita no Congresso Nacional.

 

 

PARA LEMBRAR - Casos recentes de homofobia

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14 de novembro: Quatro menores e um maior de idade são acusados de agredir com socos, pontapés e lâmpadas fluorescentes três rapazes nas proximidades da Avenida Brigadeiro Luís Antonio. Duas vítimas disseram à polícia que teriam sido confundidas com homossexuais, o que teria motivado a agressão.

 

4 de dezembro: Ao saírem de uma casa noturna na região da Avenida Paulista, Gilberto Tranquilino da Silva e Robson Oliveira de Lima iam em direção à Estação Brigadeiro do Metrô quando foram abordados por cerca de seis jovens. Lima foi espancado até desmaiar.

 

5 de dezembro: Dois homens caminhavam pela Rua Frei Caneca quando foram surpreendidos por um outro, portanto um soco-inglês. Os dois foram espancados até que uma transeunte tentou impedir as agressões. Suspeito ainda não foi encontrado.

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