SÃO PAULO E SOROCABA - Assim como na última sexta-feira, 22, a circulação dos ônibus municipais é prejudicada em Sorocaba, no interior de São Paulo, na manhã desta segunda-feira, 26. A paralisação afeta cerca de 120 mil passageiros. Os trabalhadores em transportes rodoviários do município estão em campanha por reajuste salarial e benefícios.
Não houve acordo na última reunião com as duas empresas responsáveis pelo sistema, a Consor e a STU, mediada pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Por determinação judicial em favor da prefeitura, o sindicato que representa os motoristas e cobradores da região deve colocar 70% da frota nas ruas nos horários de pico da manhã (entre 6 horas e 9 horas) e do final da tarde (das 17 horas às 20 horas), e 50% nos demais períodos do dia.
Foi fixada multa diária de R$ 120 mil ao Sindicato dos Condutores em caso de descumprimento. A direção do sindicato informou que a ordem judicial está sendo cumprida e que só retomou a greve por não ter sido procurada pelas empresas para a retomada das negociações salariais. A prefeitura informou que o salário base dos motoristas é de R$ 3.410.
A categoria reivindica reajuste de 6% nos salários, mais a reposição da inflação, e aumento no tíquete-refeição e na participação nos lucros. O sindicato patronal oferece 4% de reajuste apenas nos salários.
Já os funcionários dos ônibus intermunicipais fecharam acordo com as empresas na última semana e trabalham normalmente.
Não há previsão de nova tentativa de conciliação. As empresas vêm mantendo a proposta desde o início de junho, quando uma primeira paralisação afetou o transporte de Sorocaba. As empresas afirmam que a tarifa atual autorizada pela prefeitura não comporta o reajuste. Já o município alega a impossibilidade de aumentar o subsídio já aplicado às passagens de ônibus.
Espera
Em um ponto da Avenida Três de Março, na zona leste da cidade, a doméstica Gilza Nascimento, de 34 anos, esperava o ônibus havia 40 minutos. "Nesse tempo já era para terem passado dois ônibus", reclamou.