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Greve dos agentes penitenciários em SP atinge 90% dos presídios, diz sindicato

Paralisação chegou ao terceiro dia nesta quarta e causa tensão nos presídios; categoria quer aumento de 20%, entre outras demandas

Por Chico Siqueira
Atualização:

ARAÇATUBA - No terceiro dia de paralisação, a greve dos agentes penitenciários de São Paulo atingiu nesta quarta-feira,12, 90% das 158 unidades prisionais do Estado, informou o Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo Sindasp. "Cerca de 130 unidades aderiram ao nosso movimento", disse o presidente do Sindasp, Daniel Grandolfo.

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Segundo ele, unidades como as de Guarulhos, Baixada Santista (São Vicente e Praia Grande), Taubaté, Tremembé e Potim, entre outras, aderiram na manhã desta quarta. "A divulgação do nosso movimento foi muito importante para que a paralisação ganhasse essa força", afirmou. "Mas o fato de o governo apresentar uma proposta abaixo das expectativas dos trabalhadores, também contou muito", completou o sindicalista.

Outro fator que causou o aumento da adesão, segundo agentes ouvidos pela reportagem, foram as sindicâncias administrativas abertas pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) para punir os agentes grevistas. "Isso nos revoltou muito e nossos companheiros, ao ficarem sabendo dessa punição administrativa decidiram se juntar a nós", contou um dos agentes.

O crescimento da paralisação também ocorre um dia após de o Governo do Estado apresentar uma proposta, não aceita pela categoria, para pôr fim ao movimento. O governo concordou em reajustar o adicional de insalubridade, reduzir uma das oito classes de carreira (os agentes pedem a redução de duas) e pagar R$ 160 para agentes que trabalharem em dias de folga.

Mas o que decepcionou os servidores foi a recusa do governo em conceder a correção salarial (agentes pedem 20,64%), o aumento real de 5%, e o pagamento do bônus de assiduidade. "Pelo menos a redução de duas classes e o pagamento do bônus a gente acreditaria que ele (governo) fosse conceder", disse Grandolfo.

O comando da greve comunicou na manhã desta quarta-feira a SAP do resultado das assembleias que recusaram a proposta do governo e a decisão pela continuidade do movimento. "Agora esperamos uma nova proposta do Governo do Estado para a gente discutir se encerra ou não a paralisação", disse o sindicalista.

A reportagem questionou a SAP sobre o assunto, mas até o encerramento desta matéria, a assessoria não tinha dado retorno.

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