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Governos esperam adesão de 861 mil ao bilhete mensal

Projeção da Prefeitura e do Estado equivale a 20% dos usuários do Bilhete Único. Novo cartão custará de R$ 140 a R$ 230 por mês

Por CAIO DO VALLE
Atualização:

Ao menos 861,7 mil pessoas podem aderir, em um primeiro momento, ao Bilhete Único Mensal, que passa a funcionar no dia 30. A projeção, da Prefeitura e do governo, equivale a cerca de 20% dos passageiros que já usam o Bilhete Único. O novo cartão permitirá que o passageiro de transporte público da capital faça quantas viagens quiser por um preço fixo, que pode variar de R$ 140 a R$ 230, dependendo do serviço escolhido.Tanto a gestão do prefeito Fernando Haddad (PT) quanto a do governador Geraldo Alckmin (PSDB) apostam principalmente na adesão de quem hoje utiliza vale-transporte (VT). Os dados, divulgados ontem em cerimônia que marcou a adesão do Estado ao programa, revelam que, nesse grupo, 543 mil usuários já fazem mais viagens "acima do valor estipulado" para as três modalidades do Bilhete Único Mensal, segundo o secretário municipal dos Transportes, Jilmar Tatto. Ou seja, são potenciais beneficiários, pois, com o bilhete mensal, gastariam menos do que atualmente.O Bilhete Único Mensal terá três modalidades: a integrada, a R$ 230 por mês, possibilitará o uso de ônibus da SPTrans, metrô e vans; a de ônibus, válida só nos veículos da SPTrans; e a dos trilhos, exclusiva para Metrô e CPTM - as duas últimas serão negociadas a um preço de R$ 140. Até a manhã de ontem, 141 mil pessoas já haviam se cadastrado para obter o novo cartão.No caso do vale-transporte - uma responsabilidade do empregador -, até 6% do salário dos funcionários é revertido para pagar a passagem de ida e volta do trabalho. O Bilhete Único atual nessa modalidade permite até quatro viagens em um período de duas horas."Agora, o empregador vai poder oferecer para o seu empregado um benefício que inexiste", disse Haddad. "Hoje, no vale-transporte, você ganha na exata medida da sua necessidade de se deslocar para o trabalho. Qualquer viagem adicional sai do bolso do trabalhador."Alckmin se mostrou otimista com as perspectivas do Bilhete Único Mensal. "Acho que o vale-transporte vai ter uma grande adesão, surpreendente. Porque, para quem usa bastante, para o empregador, não vai custar nada a mais, e ele oferecerá ao seu colaborador um grande benefício, sem gastar nada. Quem usa menos vai pressionar o empregador."Subsídio. O secretário estadual dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, afirmou que não será necessário criar um subsídio para o Metrô para conter a perda de receita com o Bilhete Único Mensal. Fernandes prometeu "redução altíssima de custeio" nas contas da empresa, sem prejuízo aos investimentos.O secretário afirmou ainda que não se preocupa com uma eventual superlotação do sistema, já bastante cheio. Ele acredita que as pessoas usarão mais o novo benefício em horários em que não costumam utilizar atualmente, como fora do pico e aos fins de semana.Alckmin, por sua vez, disse que a adoção do Bilhete Único Mensal não afetará o preço da tarifa - o Metrô e a CPTM ainda não definiram, como a SPTrans, se manterá o preço da passagem em R$ 3 no ano que vem. No caso da Prefeitura, o subsídio estimado para o transporte público no ano que vem será de até R$ 400 milhões por ano.Estudantes. Benefício garantido por lei, os estudantes poderão aderir ao Bilhete Único Mensal. Porém, na categoria integrada, não pagará metade dos R$ 230 mensais, e sim R$ 140 - a justificativa é de que esse valor leva em consideração a integração com os sistemas.No futuro, o poder público espera que mais de 2 milhões de passageiros utilizem uma das três modalidades do Bilhete Único Mensal.

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