
15 Maio 2013 | 02h01
A polêmica começou na semana passada, quando o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, informou que o governo planejava lançar um projeto para contratação de 6 mil médicos cubanos. Ontem, Padilha procurou mostrar que a iniciativa não ficará limitada a Cuba, tentou afastar o "fantasma" da contratação de médicos da Bolívia (cujo nível de ensino é questionado por entidades brasileiras) e dar o tom de uma medida já testada em outros países. Ele citou o Canadá, que abre programas para profissionais em áreas carentes.
Escravos. Desde o ano passado, o governo estuda alternativas para combater a falta de vagas em áreas remotas. A ideia em estudo é um chamamento internacional para médicos. Padilha fez questão de afirmar que os detalhes finais do projeto ainda não estão fechados.
Mas o presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto D'Ávila, diz duvidar que profissionais de outras nacionalidades venham para o País. "Essa história de médico de Portugal e Espanha é cortina de fumaça. O que eles querem mesmo é recrutar médicos cubanos, que estão acostumados a trabalhar em condições ruins e não contestam. Prefeitos querem médicos escravos."
Na prática, o governo admitiu ontem a "importação" de médicos não aptos para procedimentos de alta complexidade. D'Avila afirma que a ideia de se recrutar apenas para atenção básica é uma espécie de recibo, dado pelo próprio governo, de que os profissionais que virão não terão conhecimento suficiente. "O que vai acontecer se houver algo de mais sério? Vão colocar o paciente na ambulância e mandar para outra cidade?"
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