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Governo federal pede que população economize água e energia elétrica

Cenário é previsto caso os níveis baixos de chuva e o alto consumo continuem iguais; diagnóstico foi feito pelo governo federal

Por Tania Monteiro , Ricardo Della Coletta , Victor Martins e Laís Alegretti
Atualização:

Atualizada à 00h10 do dia 24 

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BRASÍLIA - O governo federal prepara ações de apoio aos Estados para ajudar no enfrentamento da crise hídrica. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou na sexta-feira, 23, que a União dará total apoio, com medidas técnicas e apoio financeiro às obras emergenciais. “Não teremos limites de esforços no apoio para assegurar abastecimento de água”, declarou, após reunião de seis ministros na Casa Civil da Presidência. 

Esse encontro analisou a situação, considerada “crítica”, dos reservatórios nos Estados de São Paulo, Minas e Rio. Izabella, destacada como porta-voz do encontro, declarou que o abastecimento de água no Sudeste é “sensível e preocupante”, em particular no Estado de São Paulo. “O que vem ocorrendo no Sudeste é totalmente atípico. (Os níveis dos reservatórios) estão abaixo do ano passado e muito aquém do que é registrado desde a década de 1930”, afirmou a ministra, que fez ainda um apelo à população para que poupe água e energia.

Como primeira ação, o governo decidiu incluir no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) uma obra que promete aumentar a disponibilidade de água no Sistema Cantareira e beneficiar a região metropolitana de São Paulo. O projeto de transposição da bacia do Paraíba do Sul para o Sistema Cantareira tem investimento estimado em R$ 830,5 milhões e será executado pela Companhia de Saneamento Básico do Estado (Sabesp). O Estado apurou ainda que na reunião foi feito um relato informando que não há previsão de chuva nos reservatórios dos três Estados e se apresentou um diagnóstico dramático. 

De acordo com informações de participantes do encontro, se os níveis de chuva permanecer como estão em São Paulo, sem melhorar o volume dos reservatórios que abastecem a cidade, e se o consumo continuar no nível que está hoje, da ordem de 20 m³ por segundo, em três ou no máximo quatro meses haverá risco ao abastecimento de água no Estado. Para tentar evitar que a situação chegue a esse ponto e possa comprometer a situação de geração de energia, principalmente do Rio, cada ministério estudará propostas para serem apresentadas em uma próxima reunião no Planalto, na quarta-feira. 

Com essas propostas aprovadas pela presidente, o governo federal vai chamar os governadores dos três Estados para que apresentem os planos de contingência de que dispõem e, juntos, possam construir uma ação para diminuir os prejuízos à população. A ministra evitou falar sobre qual seria o limite dos reservatórios e do risco de desabastecimento em São Paulo. Questionada se poderia haver racionamento, afirmou que só quem opera os sistemas e pode dar esse tipo de determinação e são os governos estaduais. 

Aula suspensa. Conforme apurou a reportagem, o governo avaliou também os impactos da forte estiagem na irrigação, que poderá atrapalhar a produção agrícola e até a indústria, trazendo prejuízos ao País (mais informações na página E3). Até um planejamento de redução de fornecimento de água, em caso de agravamento da crise, foi tratado no encontro. Há uma decisão, no entanto, de que hospitais e residências serão preservados. Caso haja necessidade de escalonamento de consumo, uma das medidas poderia ser readequação de horários de aula e, em último caso, até sua suspensão. / TÂNIA MONTEIRO, RICARDO DELLA COLETTA, VICTOR MARTINS e LAÍS ALEGRETTI

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