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Golpistas fingem ser promotores para enganar pensionistas

Polícia estima que a quadrilha já tenha conseguido desviar mais de R$ 5 milhões de aposentados

Por Paulo R. Zulino e Elvis Pereira
Atualização:

A polícia desmontou, nesta quinta-feira, 23, um esquema de fraude mantido por uma organização criminosa que vinha atuando para obter, indevidamente, valores referentes a fundos de pensão e aposentadorias de pensionistas do Instituto Nacional de Previdência Social (INSS). Estima-se que a quadrilha já tenha desviado R$ 5 milhões. Ao todo, 10 pessoas já foram presas na Grande São Paulo e litoral. Segundo as primeiras informações policiais, os falsários fraudavam despachos do Tribunal de Justiça, enviavam correspondências à casa dos pensionistas, supostamente orientando-os a como agir para receber os valores. O golpe se concretizava quando as pessoas eram orientadas a depositar em contas bancárias de pessoas da quadrilha os valores supostamente referentes ao pagamento das custas processuais. Depois disso, a quadrilha ainda agia para ficar com o valor que a pessoa receberia do INSS. O esquema funcionava assim: para obter a revisão do benefício, o interessado deveria propor ação judicial específica ou fazer parte de alguma ação pública. Obtida a sentença judicial concedendo a revisão, um novo valor de aposentadoria passava a ser pago, sendo também disponibilizado um montante referente às diferenças devidas. A partir de então, esse montante era resgatado pelos fraudadores. Antes de receber o dinheiro, o grupo falsificava documentos de identidade, para que um integrante da organização criminosa, passando-se pelo verdadeiro beneficiário, retirasse a quantia em uma agência da Caixa Econômica Federal (CEF). Em outros casos, ocorria a elaboração de falsas procurações, possibilitando que um dos integrantes do grupo levantasse o dinheiro como se estivesse a mando do beneficiário. No último dia 16, quatro supostos integrantes do esquema foram presos no município paulista de Ribeirão Preto e autuados por formação de quadrilha e falsificação de documentos. São eles Gleidecimara Almeida dos Santos, Marco Aurélio Orlandini, Ricardo Ferreira de Castro e Jucelia Teresa de Carvalho. Segundo a polícia, já foram obtidos documentos falsificados relativos ao fórum criminal central de São Paulo. Também houve a apreensão de dez motocicletas e um veículo. Além de falsários, integram o grupo criminoso prestadores de serviços à Caixa Econômica Federal. Eles faziam a consulta de valores retroativos dos pedidos de revisão de aposentadoria, disponíveis para saque. Estão sendo cumpridos 12 mandados de prisão e 13 mandados de busca e apreensão, abrangendo as cidades de Campinas, Sumaré, Americana, São José do Rio Preto e São Sebastião, no Estado de São Paulo, além da cidade de Sonora, em Mato Grosso do Sul.

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