
17 de abril de 2010 | 00h00
Entre março e agosto de 2009, os níveis de aprovação do governo Kassab oscilaram de 45% de bom e ótimo para 48%. Um conjunto de denúncias de irregularidades na gestão da merenda escolar feitas pelo Ministério Público aparece como fato negativo nesse período.
Ao ingressar no período de chuvas, pós-setembro de 2009, o governo Kassab se viu vulnerável em duas frentes. A primeira se refere ao corte nos gastos orçamentários decorrentes da redução de receitas municipais, justificada como necessária em razão da crise econômica mundial. A segunda é efeito imediato da primeira: o corte impactou diretamente a redução de recursos destinados a serviços básicos para manutenção da infraestrutura da cidade, como coleta de lixo, limpeza de piscinões e conservação de vias públicas, entre outros. Desse modo, as imagens de enchentes associadas ao entupimento de bueiros e a ineficiência na coleta de lixo foram devastadoras. Soma-se também o drama vivido pelos moradores do Jardim Pantanal, além do aumento significativo das tarifas de ônibus acima da inflação.
Assim, o desafio para o seu futuro político agora é reverter esse processo e recuperar a imagem de bom gestor. É importante frisar que o debate eleitoral está cada vez mais centrado na capacidade administrativa e disso depende, em muito, o sucesso político.
É PROFESSOR DO DEPARTAMENTO DE GESTÃO PÚBLICA DA FUNDAÇÃO GETULIO VARGAS E PESQUISADOR DO CENTRO DE ESTUDOS EM ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E GOVERNO, TAMBÉM DA FGV.
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