
05 de abril de 2012 | 14h14
SÃO PAULO - O prefeito Gilberto Kassab (PSD) disse na manhã desta quinta-feira, 5, que avalia a possibilidade de criar uma ciclofaixa na Avenida Paulista, na região central de São Paulo. De acordo com ele, ela só funcionaria aos domingos, e serviria para o lazer, a exemplo da que existe no Itaim-Bibi, zona sul, e na Avenida Governador Carvalho Pinto, zona leste.
Cicloativistas defendem uma intervenção na Paulista, já que a via é uma rota importante entre as zonas oeste e sul, sendo usada por centenas de ciclistas por hora. Entretanto, ela ainda é perigosa.
No início de março, a bióloga Juliana Dias, de 33 anos, morreu atropelada por um ônibus perto da esquina com a Rua Pamplona. Em 2009, a massagista Márcia Prado, de 40, foi morta a poucos metros dali, também por um coletivo.
“O que está sendo estudado e existe uma possibilidade, porque está um pouco mais avançado, mas não é certeza ainda, é a implantação da ciclofaixa”, afirmou Kassab após vistoriar obras na marquise do Parque do Ibirapuera, zona sul.
O estudo da ciclofaixa da Paulista deve ficar pronto em breve, mas a Prefeitura não definiu uma data para a entrega. Kassab ainda afirmou que há a hipótese de uma ciclovia (ou seja, permanentemente segregada dos veículos) na Paulista.
Entretanto, o prefeito afirmou que qualquer intervenção não poderá prejudicar os motoristas que passam pela região. “De nada adianta implantar uma ciclovia sem segurança, que cause um transtorno muito grande a milhões de pessoas, beneficiando, às vezes, centenas ou milhares (de ciclistas).”
Se sair do papel, medida pode ser mais uma das benesses preparadas pela gestão para tentar proteger o uso da bicicleta na cidade. Conforme o Jornal da Tarde antecipou em reportagem recente, neste ano eleitoral, a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ainda estuda criar uma escolinha de formação de ciclistas urbanos, na Barra Funda, zona oeste, e capacitar os motoristas da São Paulo Transporte (SPTrans) para respeitar quem está de bike no trânsito.
Além disso, a partir do fim deste mês, dez marronzinhos passarão a fiscalizar as ruas de Moema, zona sul, de bicicleta, em uma ação inédita da CET. Eles anotarão o desrespeito de carros à Zona Azul e à ciclofaixa que existe no bairro.
Dados da CET mostram que as mortes de ciclistas na cidade pararam de cair. Foram 49 em 2011, número igual ao do ano anterior. É a primeira interrupção de queda em um período de seis anos. Em 2009, 61 ciclistas morreram no trânsito, ante 69 em 2008 e 83 em 2007. Há seis anos, foram 84.
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