11 de fevereiro de 2018 | 04h16
Maior campeã do carnaval paulistano, a Vai-Vai empolgou o Anhembi com um samba envolvente em homenagem a Gilberto Gil na madrugada deste domingo, 11, e se credenciou como uma das favoritas para conquistar seu 16.º título.
A obra e a biografia de Gil, que completou 75 anos no ano passado, foi destacada pela escola do Bixiga com alegorias robustas e muito coloridas, como os carros da Tropicália e do Sítio do Pica-Pau Amarelo.
Uma das alas destacou a luta do cantor contra a ditadura e sua prisão, em 1968, pelo regime militar, ao lado de Caetano Veloso.
O samba-enredo "Sambar com fé eu vou" foi composto com vários trechos de músicas de sucesso de Gil, como "Domingo no Parque", "Filhos de Gandhi" e "Parabolicamará".
"O rei da brincadeira... Ê José/ Não tem mais confusão... Ê João / Esse mundo dá voltas... Camará / Zum zum zum zum zum... Capoeira", dizia o refrão cantado nas arquibancadas.
"Não é como montanha russa ou tobogã, que sobe e desce. Aqui é uma emoção permanente, ao mesmo tempo muita intensa e muito suave", disse Gil, que desfilou com um apito na mão para fazer a marcação da batida do samba da Vai-Vai e não conteve a emoção no fim.
Com os olhos marejados, ele homenageou o samba. "Primeiro isso, o samba. A bateria, o surdo, os tamborins, tudo isso é uma coisa extraordinariamente forte na cultura brasileira. Depois, o samba, a melodia, a homenagem, as citações ao meu trabalho todo, Domingo no Parque, cantados de uma forma muito simples, direta, o povo podia entender tudo", disse.
Quando o carro que levava Gil passou em frente ao camarote da Prefeitura de São Paulo quatro homens chamaram o cantor de petista e o xingaram. O homenageado estava acompanhado da esposa e de um dos filhos.
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