Gil Rugai tem pedido de habeas-corpus negado pelo TJ

Prisão preventiva foi decretada depois que ele mudou de cidade sem avisar a Justiça de São Paulo

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Por Redação
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O pedido de habeas-corpus a Gil Rugai, de 25 anos, foi negado nesta quinta-feira, 11, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Gil Rugai é acusado de matar o pai e a madrasta em 2004 e foi preso na tarde de terça-feira, 9, depois de mudar de cidade sem avisar à Justiça. Em 2006, Gil Rugai conseguiu um habeas-corpus concedido pelo STF, depois de ficar dois anos preso. A decisão foi tomada pelo desembargador Luís Soares de Mello, argumentando que Gil Rugai deveria ter comunicado à Justiça sobre sua mudança de endereço. Para ele, a mudança de cidade "gera desconfianças naturais, além de riscos, e põe verdadeiramente em dúvida a seriedade do comportamento do acusado". Além disso, Mello afirma que a mudança representa um "perigo de fuga". O pedido de habeas-corpus foi entregue na quarta-feira pela defesa de Gil Rugai. O rapaz é acusado de ter assassinado a tiros o pai, o publicitário Luiz Carlos Rugai, e a sua madrasta, Alessandra Troitiño, em março de 2004, no Pacaembu, na zona oeste de São Paulo. No entanto, ele nega ter cometido o crime. "Estou disposto a colaborar, tanto que vim para São Paulo", disse ele, aos policiais, ao ser detido. Logo depois, foi levado ao Centro de Detenção Provisória (CDP) 2 de Pinheiros. O juiz da 5ª Vara do Júri, Luiz Rogério Monteiro de Oliveira, acatou o pedido de revogação da liberdade provisória do acusado a pedido pelo Ministério Público (MP). A solicitação da promotora Mildred de Assis Gonzalez se deu em razão de uma matéria veiculada no programa Domingo Espetacular, da Rede Record, que mostrava que, desde março deste ano, Gil Rugai morava na cidade de Santa Maria (RS). "O Gil Rugai não tinha necessidade de comunicar a mudança de endereço, porque o STF não lhe impôs restrição alguma (ao libertá-lo)", afirmou Costa. O advogado reclamou que desde a noite da prisão não conseguiu falar com Gil Rugai no CDP 2 de Pinheiros. "Por várias vezes entrei em contato com funcionários do CDP, mas não consegui falar com o meu cliente", disse Costa. A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) informou que vai apurar junto à Direção da Unidade os motivos que impossibilitaram a visita do advogado. E informou que Gil Rugai foi transferido na quarta para a Penitenciária 2 de Tremembé, no interior do Estado. Cronologia 29 de março de 2004 - Um dia após o empresário Luiz Carlos Rugai e a mulher, Alessandra Fátima Troitiño, serem encontrados mortos na casa da Rua Atibaia, em Perdizes, onde moravam e tinham uma produtora de vídeo, o vigia da rua diz ter visto Gil Rugai, filho de Luiz Carlos, saindo da casa na noite do crime, na companhia de outra pessoa. 30 de março de 2004 - A polícia descobre que a produtora sofreu desfalque de R$ 100 mil um mês antes do crime. Gil trabalhava na contabilidade. 4 de abril de 2004 - Perícia encontra cartucho disparado pela mesma arma usada nos assassinatos no quarto do estudante na casa do pai. No dia seguinte, é confirmado o desfalque de R$ 100 mil dado por Gil. 6 de abril de 2004 - O estudante se entrega e nega o crime. No dia 29, a Justiça acolhe denúncia do Ministério Público contra Gil. 21 de maio de 2004 - Laudo constata que a pegada do estudante é compatível com a encontrada em uma porta arrombada na casa do pai. 25 de junho de 2005 - Pistola semi-automática calibre 380 é encontrada na tubulação do prédio onde Gil mantinha sua produtora. 6 de julho de 2005 - Perícia conclui que a pistola é a mesma usada para matar Luiz Carlos e Alessandra. 9 de agosto de 2005 - Rugai tem liminar negada em dois habeas-corpus pelo ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal (STF). Foram negados o trancamento da ação penal a que o estudante responde na Justiça e a revogação de sua prisão preventiva. 15 de setembro de 2005 - Juiz Cassiano Ricardo Zorzi Rocha, do 5º Tribunal do Júri, anuncia que Gil Rugai vai a júri popular. A data do julgamento ainda não foi marcada. 18 de abril de 2006 - Após dois anos e 13 dias preso, o estudante Gil Rugai, de 22 anos, obtém habeas-corpus no Supremo Tribunal Federal para aguardar seu julgamento em liberdade. 19 de abril de 2006 - Gil Rugai sai do Centro de Detenção Provisória (CDP) e aguarda o julgamento em liberdade provisória. 9 de maio de 2006 - A 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça nega recurso da defesa de Gil Rugai e decide que ele vai a júri popular. No entanto, a data do julgamento não é definida. 8 de setembro de 2008 - Procurador pede a revogação da liberdade provisória concedida a Gil Rugai.

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