O governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), ao comparecer ao velório do deputado Julio Redecker (PSDB-RS), no Palácio Piratini, sede do governo gaúcho, classificou como "gesto com certo desdém" o episódio envolvendo o assessor especial da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia. Para Aécio foi "algo grave que chocou a todos no íntimo da alma ". "Isso é algo que nos constrange como cidadãos brasileiros. Não é hora de nos preocuparmos com o desgaste político eventual sobre este ou aquele agente público. É hora da consternação, de sermos sobretudo cidadãos que sentem e sofrem", declarou o governador mineiro. Ele disse acreditar que "o presidente da República tem sentimentos e sofre também, mas, infelizmente, esse gesto vai na direção inversa", disse. Falando sobre a crise aérea, o governador de Minas Gerais declarou que "todos nós brasileiros, nos sentimos um pouco órfãos neste momento de uma atitude um pouco mais firme e solidária do governo, que transparecesse uma maior solidariedade para com a gravidade do que ocorre". Pelo entendimento de Aécio Neves, a crise aérea não está sendo gerenciada da forma como deveria ser "com estratégias, objetivos claros e com medidas que ultrapassem até mesmo questões hierárquicas do ponto de vista das forças armadas" . Ele disse que há muito tempo defende a tese que o espaço aéreo brasileiro deve ser controlado "como acontece em todo mundo, salvo raríssimas exceções, por civis e não por militares". Aécio reclamou do que chamou de inoperância do governo e disse não ter visto "ações concretas que permitam aos brasileiros, não superar a crise de um dia para o outro, mas perceber que estão sendo tomadas decisões, que nos levarão a ter tranqüilidade quando voarmos pelo Brasil." Ao concluir, o governador tucano voltou a alfinetar o governo federa. "É preciso que a parti daí tenhamos esperança de que haja comando, haja decisão, estratégia e coragem para se tomar as medidas necessárias para o enfrentamento da maior crise do setor aéreo na história. Não estou aqui para acusar A ou B. Estou aqui para me despedir do meu amigo Julio Redecker e consternado como qualquer cidadão brasileiro com o que aconteceu com estas 200 famílias que choram os seus mortos ou seus desaparecidos".