GCM veta móveis em prédio do Othon ocupado por sem-teto

A Prefeitura já entrou na Justiça pedindo a reintegração de posse do prédio, que foi desapropriado pela administração municipal 

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Foto do author Fabiana Cambricoli
Por Fabiana Cambricoli e Luciano Bottini Filho
Atualização:

SÃO PAULO - Alegando falta de segurança no prédio do antigo Hotel Othon Palace, no centro de São Paulo, a Prefeitura ordenou que a Guarda Civil Metropolitana (GCM) impeça que os sem-teto que ocupam o prédio entrem com botijões de gás, eletrodomésticos e móveis no local. O edifício de 24 andares foi ocupado no dia 2 e já reúne 500 famílias, segundo coordenadores do movimento Luta por Moradia Digna (LMD).

Nesta terça-feira, 17, sem-teto que já participavam da ocupação foram impedidos de entrar no local com esses objetos por cerca de 20 guardas-civis que faziam uma barreira na entrada do prédio. Os únicos pertences permitidos eram colchões e roupas. Aos moradores, a guarda explicava que o prédio oferecia risco de incêndio - por irregularidades na fiação - e riscos à saúde por ter passado por dedetização e desratização poucos dias antes da ocupação.

Na calçada com vários móveis, os sem-teto se revoltaram. "Eles dizem que tem risco lá dentro, mas e na rua? Na rua acontece de tudo", diz a dona de casa Fernanda Alves, de 25 anos, que mora no local com o marido e o filho de 5 anos. Foto: Felipe Rau/Estadão

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Na calçada com vários móveis, os sem-teto se revoltaram. “Eles dizem que tem risco lá dentro, mas e na rua? Na rua acontece de tudo”, diz a dona de casa Fernanda Alves, de 25 anos, que mora no local com o marido e o filho de 5 anos.

A Prefeitura já entrou na Justiça pedindo a reintegração de posse do prédio, que foi desapropriado pela administração municipal para tornar-se sede da Secretaria Municipal das Finanças. A ação ainda não foi analisada pelo Poder Judiciário. 

Para a Prefeitura, a entrada dos sem-teto pode atrapalhar a transferência de sede, que representaria uma economia de aluguéis e condomínio de R$ 7,5 milhões por ano. Os procuradores alegam que os sem-teto se prevaleceram da desapropriação para pressionar a Prefeitura e passar na frente dos demais cadastrados na lista de espera da habitação.

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