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GCM vai usar arma paralisante no réveillon

Conhecidos como teasers, equipamentos imobilizam infratores com descarga elétrica

Por CAIO DO VALLE
Atualização:

A segurança no réveillon na Avenida Paulista vai contar com uma novidade. Pela primeira vez, a Guarda Civil Metropolitana (GCM) usará armas paralisantes durante o evento. Quando acionados, os aparelhos - parecidos com revólveres amarelos - disparam choques elétricos que imobilizam, mas não ferem, a pessoa atingida. Isso ocorre porque essas armas emitem impulsos com a mesma frequência dos que são gerados pelo cérebro."É como pôr um vírus no computador. Ele embaralha os sinais e o cérebro não consegue enviar as informações corretas para os músculos. A pessoa então perde a coordenação, não consegue correr ou agredir", diz o comandante Dalmo Luiz Coelho Álamo, superintendente de planejamento da GCM. Segundo ele, o aparato, já usado em países como Canadá, Reino Unido e Suécia, permite uma "ação individualizada", diferente de outras táticas, como o gás de pimenta, que pode afetar mais pessoas além do infrator.Cerca de dez teasers, como são chamadas as armas paralisantes, serão empregadas pela GCM durante o patrulhamento da festa da virada. A corporação conta com 20 aparelhos desde quinta-feira. Eles foram fornecidos pela Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça.O consultor de segurança José Vicente da Silva, coronel da reserva da Polícia Militar, vê como positivo o uso das teasers. "Esse é o melhor equipamento não letal que um policial pode usar. É bom porque evita o uso de meios como revólver ou cassetete, que são ruins e mais danosos." Silva afirma que há relatos de pessoas cardíacas que tiveram problemas após serem alvo da arma paralisante. "Mas isso não pode inibir o uso do aparelho porque nunca tem como o policial saber quem tem ou não problema. E qualquer outro recurso será pior que a teaser."A GCM informou em nota que os aparelhos "não trazem danos à saúde" e seus agentes foram treinados. As armas serão empregadas no policiamento preventivo da região central, no Parque do Ibirapuera, zona sul, e em grandes eventos.Quem pretende passar o réveillon na Paulista se dividia ontem sobre a nova arma. "Se os guardas souberem usar direito, será uma ferramenta importante", disse o mestre de obras Joel Rodrigues, de 36 anos. Já o engenheiro Alberto Basto, de 56, acha que o aparelho não será tão eficaz em eventos com multidão.

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