Gay gasta R$ 827,61 por dia na parada

São Paulo tenta conquistar turistas homossexuais, que têm renda superior à dos heterossexuais e mais disponibilidade para viajar

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Por Marici Capitelli e Luiz Guilherme Gerbelli
Atualização:

Os homossexuais são um público cobiçado pela indústria do turismo. Eles fazem de três a quatro viagens anuais e costumam gastar 30% a mais que os heterossexuais. Pesquisa da São Paulo Turismo (SPTuris) apontou que esses visitantes gastam em média R$ 827,61 por dia na semana da Parada do Orgulho LGBT. Segundo especialistas do setor, esse público pode gastar mais com viagens porque os casais têm renda dupla e não têm filhos. "O dinheiro que os heterossexuais gastam com crianças e educação, por exemplo, os homossexuais podem usar em lazer", explicou Almir Nascimento, presidente da Associação de Turismo para Gays, Lésbicas e Simpatizantes (Abrat-GLS).Além de maior poder aquisitivo, os gays podem viajar durante todo o ano. "Por causa das férias dos filhos, os heterossexuais se concentram em temporadas. Já os homossexuais têm maior disponibilidade e são clientes fiéis o ano todo", avalia Nascimento.O diretor de Turismo e Entretenimento da SPTuris, Luiz Sales, afirma que esse turista tem outra característica: consumir com qualidade. "Eles costumam, por exemplo, comprar roupas e acessórios de grife."De olho nesse público, a Prefeitura expande os serviços para o segmento. No mês passado, inaugurou a primeira Central de Informação Turística GLS, na Rua Frei Caneca, na Consolação. Para Sales, a cidade já é considerada receptiva para os gays por causa da oferta de entretenimento. Destino. Mikonos, na Grécia, Ibiza, na Espanha, e Miami e São Francisco, nos Estados Unidos, são os destinos tradicionais de homossexuais. "São Paulo está se preparando muito bem para ser também um desses locais preferidos", ressalta Nascimento.A Parada do Orgulho LGBT, que ocorre no domingo, vai atrair entre 400 mil e 420 mil visitantes. "A cidade ganha muito. O evento traz impacto econômico, além de ajudar a divulgar São Paulo", diz Sales.O otimismo, no entanto, não é compartilhado pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado de São Paulo (ABIH). O presidente da entidade, Maurício Bernardino, conta que a taxa de ocupação dos cerca de 45 mil quartos da cidade fica em torno de 40% neste fim de semana, a mesma média do ano. "A Parada Gay não faz diferença na ocupação dos hotéis. Existe muito folclore que eles movimentam o setor. Eles costumam ficar na casa de amigos."Não é o caso do professor universitário Osmar Penedo, de 42 anos, que pretende gastar até R$ 3 mil durante o feriado prolongado. "Além da estada, que já é uma coisa cara, acho que vou gastar um pouquinho indo nas lojas da Oscar Freire ou em algum shopping center", afirma o professor, que mora no Rio e acompanhou as duas últimas paradas.Morador de Goiânia, o bancário Ricardo Vendramini, de 31 anos, chegou a São Paulo anteontem e apostou em economizar na hospedagem para ter mais dinheiro para alimentação e compras. "São Paulo é uma cidade maravilhosa de visitar." / COLABOROU TIAGO DANTASPROGRAMAÇÃOENCONTRO DE BLOGUEIROS E TWITTEIROS GAYS. AUDITÓRIO DA LIVRARIA CULTURA DO CONJUNTO NACIONAL, AVENIDA PAULISTA, 2.073, TELEFONE (11) 3170-4033. ENTRE 15H30 E 17H. GRÁTIS. HOJE.10º PRÊMIO CIDADANIA EM RESPEITO À DIVERSIDADE. SESC POMPEIA. RUA CLÉLIA, 93. 19H. RETIRAR INGRESSO UMA HORA ANTES. GRÁTIS. HOJE.GAY DAY. PLAYCENTER. RUA JOSÉ GOMES FALCÃO, 20, BARRA FUNDA, TELEFONE (11) 2244-7529. DAS 11H ÀS 21H. R$ 39,90 (ANTECIPADO). AMANHÃ.8ª CAMINHADA LÉSBICA. DA PRAÇA OSVALDO CRUZ ATÉ O BOULEVARD 9 DE JULHO. 12H. GRÁTIS. AMANHÃ.

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