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Gaviões da Fiel leva clima de final de campeonato ao Anhembi

Escola da torcida do Corinthians levanta a platéia com enredo baseado na roda e homenagem a Ayrton Senna

Por Teresa Ribeiro , com Mário Sérgio Lima e Amanda Valeri da AE
Atualização:

A Gaviões da Fiel entrou na avenida com a roda como tema. Começou aludindo ao Egito, que serviu para enfeitar as fantasias de dourado, numa alusão à falta que a roda fazia aos antigos egípcios em suas construções faraônicas, até chegar ao quinto e último carro alegórico, com uma homenagem ao corintiano Ayrton SenNa, o craque da Fórmula 1, representando a velocidade sobre rodas. A escola entrou na avenida com 4 mil componentes e 26 alas para compor o samba-enredo O Sonho Comanda a Vida, Quando o Homem Sonha o Mundo Avança. A Fantástica Velocidade da Roda Para a Evolução Humana. É Pura Adrenalina. .   Veja Também: Veja fotos da Gaviões da Fiel  Você é o jurado: avalie o desempenho das escolas   Blog: dicas para quem quer curtir e para quem quer fugir da folia Especial: mapa das escolas e os sambas do Rio e de SP    Saiba como chegar ao sambódromo    O clima no Sambódromo do Anhembi ganhou ares de final de campeonato, em algum clássico com o Corinthians: os paulistanos que lotavam as arquibancadas, agitando bexigas de ar brancas e pretas e gritando efusivamente pela Gaviões da Fiel quando a escola entrou na avenida, na luta pelo título de campeã do carnaval paulista deste ano.   Comissão de frente faz acrobacias com a roda que inspira o desfile. Foto: André Lessa/AE   No aquecimento, ídolos do Corinthians como Biro-Biro e Basílio, além de celebridades como a apresentadora Sabrina Sato, destaque da escola, demonstravam muito otimismo, apesar da tensão. "A expectativa é a melhor possível para que tudo saia redondinho!", afirmou a madrinha da bateria, a ex-Mallandrinha Lívia Andrade.   "Está na hora de a escola voltar a se impor e ser campeã", disse Basílio, autor do gol que deu ao Corinthians o título de campeão paulista de 1977 após 23 anos sem título, pouco antes de entrar na avenida com a Gaviões da Fiel. Biro-Biro demonstrava muito otimismo na concentração: "Vamos fazer um desfile muito bonito!"   Biro-Biro e Basílio desfilam há anos pela escola. No caso de Biro-Biro, foi a sexta vez no Sambódromo de São Paulo defendendo a escola, enquanto Basílio estava no seu 15º ano de desfile no Anhembi. Do time atual, André Santos, William, Elias e o goleiro Felipe vão desfilar pela primeira vez, além do presidente do clube, Andrés Sanchez.   "Fomos injustiçados várias vezes e já não tenho dúvidas de que faremos um ótimo desfile!", afirmou o conselheiro vitalício da escola, Alberto Goulart.   Primeiro carro alegórico marca entrada da escola na avenida e euforia da platéia. Foto: José Patrício/AE   A Gaviões da Fiel, que já ganhou quatro títulos no Grupo Especial, e ficou em 11.º lugar em 2008, foi primeiro uma ala da Vai-Vai, depois, virou bloco carnavalesco e em seguida, em 1989, tornou-se uma escola de samba.   No carnaval 2009, estreia com novo carnavalesco, Zilkson Reis, trabalhando com as cores preto, branco, vermelho e amarelo e investindo em esculturas gigantes e articuladas em seus cinco carros alegóricos. A comissão de frente foi composta por um grupo circense formado por uma escola da Unicamp de Campinas, com macacos robóticos, que fazem performances rodando dentro de rodas gigantes, numa coreografia de Helena Silveira.   Um carro abre-alas fenomenal trazia um gavião metalizado que abre o bico, no meio de uma espécie de portal que tem dois guardiães que sentam e levantam, como para abrir a passagem e libertar o gavião. Tudo puxado por camelos e componentes vestidos de egípcios.   Outro carro, mantinha uma estrutura articulada de um gavião como se fosse um robô. Diante dele, desfilava Sabrina Sato. Sabrina Sato, destaque da bateria da Gaviões da Fiel. Foto: José Patrício/AE   A agitação da torcida cresceu com a passagem do carro alegórico feito com 300 rodas de bicicleta, com os componentes adultos e crianças andando de bicicleta em volta do carro que tem formado de globo. O carro traz ainda um globo da morte com dois motociclistas andando na roda e uma roda gigante em plena atividade.   Destaque para o colorido e a alegria dos integrantes da Ala Delírio, vestidos com roupas de bolinha como palhaços estilizados e segurando uma bicicleta de uma roda só, usadas em circos. A arquibancada saudou efusivamente a Gaviões da Fiel à passagem de cada uma das 26 alas. Bozo e Gi, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, que surpreendeu ao usar uma saia rodada leve, transparente, em branco e preto.   Já nos últimos minutos antes de terminar o desfile, um tumulto na avenida atrapalhou a apresentação da Gaviões da Fiel. Um assistente de cinegrafista da TV Globo, Luis Finott, foi ferido na cabeça enquanto auxiliava o colega na gravação das imagens da bateria. Segundo um funcionário da emissora que não quis se identificar, houve um empurra-empurra na passagem da bateria pela equipe do cinegrafista e Finott tentou separar, sendo agredido na cabeça por um integrante da bateria, com uma baqueta. De acordo com um bombeiro que prestou socorro na hora, Finott teve uma escoriação e foi levado há pouco para um pronto-socorro. Repórter da Rede Globo informou em seguida aos apresentadores da emissora que um assistente de câmera havia sido agredido com um pedaço de pau e saiu sangrando para ser socorrido. A Gaviões da Fiel encerrou seu desfile com sua homenagem a Ayrton Senna. A ala em que os componentes usavam uma fantasia preta, branca e dourada e o xadrez característico da bandeira da Fórmula 1. No carro alegórico, uma escultura representando o piloto brasileiro, chamado de 'o anjo guerreiro', que era um corintiano fanático. O carro que tinha ainda uma enorme figura de São Jorge, foi o último a passar pelo portão que finaliza o desfile.

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