Garota é morta a tiros pelo ex-namorado em academia de SP

Vítima trabalhava no local e já havia sido ameaçada pelo ex várias vezes; autor do crime está foragido

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Por Daniela do Canto e com colaboração de Paulo Maciel
Atualização:

Uma jovem foi morta a tiros pelo ex-namorado na academia onde trabalhava na noite da quarta-feira, 7, na Lapa, zona oeste de São Paulo. No momento do crime, Marina Sanches Garnero, de 23 anos, estava sozinha na recepção da academia Oxigênio, na esquina das ruas Crasso e Guaicurus. Ela foi atingida por quatro tiros e chegou a ser socorrida, mas morreu a caminho do Pronto-Socorro do Hospital Sorocabana. O ex-namorado, identificado como Marcelo Travitzky Barbosa, de 29 anos, já foi indiciado e continua foragido. Segundo colegas de Marina, ele não aceitava o término do relacionamento. De acordo com testemunhas, Barbosa entrou na academia por volta das 22 horas, 15 minutos antes do fechamento.  Ele aproveitou o momento que uma segunda recepcionista deixou o posto de trabalho para ir ao banheiro. Pessoas que estavam no local escutaram o disparo de seis tiros. Depois de descarregar a arma contra a vítima, Barbosa fugiu. A dona da academia, Maeby Guimarães, afirmou que o ex-namorado já ameaçava a recepcionista há algum tempo. "Fiquei sabendo disso entre o final do mês de novembro e o início de dezembro ", contou. "Conversei com ela e falei: eu não queria te perder. Pedi para que qualquer passo que ele desse ela me avisasse, mas nunca mais ela me avisou. Ela tinha medo de perder o emprego", completou. Maeby disse que este era o terceiro emprego de Marina em uma academia. Os dois trabalhos anteriores ela havia perdido por causa da perseguição do ex-namorado. A dona da academia contou também que Barbosa esteve no local no dia anterior ao crime para mais uma vez intimidar a vítima. "Todos os professores da noite sabiam da história, porque ele vinha aqui e ameaçava todo mundo". Marina trabalhava na academia Oxigênio havia seis meses. De acordo com a Maeby, ela já havia procurado a polícia para comunicar as ameaças do ex-namorado e tentava conseguir na Justiça uma autorização para que Barbosa fosse obrigado a manter distância dela. O promotor de justiça Roberto Tardelli esteve no local para prestar solidariedade e acompanhar o trabalho da polícia. Frequentador da academia desde que ela entrou em funcionamento, há 5 anos, Tardelli afirmou conhecer os donos e os funcionários do estabelecimento. "Hoje (quarta) às 6 horas da manhã ela (Marina) já estava trabalhando", afirmou.  Conforme ele, Marina havia registrado cerca de quatro queixas de ameaça anteriores contra o ex-namorado. Tardelli classificou o assassinato como um "crime sórdido". "Foi vingança, ele pegou a moça sem que ela pudesse se defender". Na opinião do promotor, Barbosa planejou o crime. "Foi premeditado. Não há dúvida disso. Ele esperou a academia esvaziar e aguardou que ela estivesse sozinha na recepção", justificou. "Alguém com um ímpeto de ódio não iria esperar. Ele agiu como um predador", avaliou. Marina morava no Condomínio Central Parque Lapa, na Rua Aristides Viadana, distante 1,7 Km da academia. No local, funcionários confirmaram que a entrada do ex-namorado estava proibida. Barbosa morra no bairro de Perdizes, também na zona oeste.   Texto alterado às 10 horas para acréscimo de informações.

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