SÃO PAULO - Um dia após o assassinato do funcionário do Colégio Sion, Eduardo Paiva, a Polícia Civil esteve na Avenida Higienópolis durante a tarde desta terça-feira, 4, para dar continuidade às investigações. A diretoria da escola acompanhou a família de Paiva durante todo o dia e vai custear o enterro do funcionário, que será realizado em Vitória da Conquista (BA), cidade onde moram seus pais. A diretoria deve se reunir nesta quarta-feira (5) para organizar um evento para homenageá-lo neste fim de semana.
Com carros do Departamento de Investigações Sobre o Crime Organizado (Deic) ocupando os quarteirões próximos ao local do crime, o dia foi de luto para estudantes e funcionários do Colégio Sion. Em uma árvore próxima ao local do assassinato, alunos deixaram flores e cartazes em homenagem ao funcionário, que deixou três filhos. Além disso, vários estudantes foram de preto em homenagem a Eduardo Paiva. “Ficamos todos chocados, pois os funcionários de lá são ótimos e sabemos que são de origem humilde”, comentou a mãe de dois alunos do Sion que não quis se identificar.
Ainda abalada, a população do bairro lamenta a violência que assola a capital. Neste ano, já foram registrados 54 casos de latrocínio (roubo seguido de morte) na cidade, 23 a mais que no mesmo período do ano passado.
"Geralmente os alunos do colégio vêm para o shopping nos intervalos das aulas, mas hoje vieram poucos estudantes", comentou o segurança do Shopping Pátio Higienópolis Thiago Silva. Responsável por vigiar o entorno do centro de compras, ele também observou o aumento da presença de policiais militares e civis durante toda a tarde.
O caso foi o primeiro latrocínio ocorrido na região neste ano e vem sendo investigado pelo 77º DP da capital em conjunto com o Deic. Além de ter acesso aos vídeos do sistema de segurança do colégio, que registraram todo o crime, a Polícia Civil ouviu uma testemunha do caso.
O policiamento mais presente, contudo, não foi suficiente para convencer os moradores, que acreditam que ainda faltam policiais no bairro. “Ultimamente não temos mais tranquilidade aqui, e na hora que precisamos a polícia não aparece”, reclamou uma moradora que preferiu não se identificar.
Nutricionista e mãe de uma estudante do colégio Rio Branco, que fica em frente ao Sion, Viviane Vieira nunca havia visto um caso de latrocínio na região. “Infelizmente a violência está em toda São Paulo, é impossível escapar disso”, lamenta. Além dela, outros pais lamentaram a situação na hora de buscar os filhos no colégio.