22 de fevereiro de 2012 | 03h01
Marta Maria Luz de Souza, de 55 anos, foi uma das que não aceitaram ser dispensada e ficou na quadra porque tinha certeza de que o resultado sairia hoje. Voluntária do barracão sob o Viaduto Pompeia que pegou fogo em janeiro, estava lá na hora do incêndio e ainda tem marcas de queimadura nas mãos.
O anúncio da vitória veio às 22h45, e pouco depois das 23h a festa já estava em plena força, mas agora com só 150 pessoas. Marta ficou extasiada. "Avisa lá na feira que hoje só dá Limão!"
Do lado de fora, outras 300 pessoas tentavam participar da festa, mas a organização da escola controlou a porta e só deixou entrar quem fosse realmente da comunidade. A rainha de bateria Aline Oliveira, que na madrugada de domingo havia se destacado ao tocar percussão durante o desfile, disse que agora sentia "gosto dobrado de vitória".
O ritmista Coelho da Cuíca, de 48 anos, lamentou a ação dos vândalos, que vai "provocar um tsunami no mundo do samba".
Antes de saber que a escola seria a vencedora, Antonio Pereira, de 70 anos, da velha guarda da escola, acreditava em uma solução pacífica. "Vai dar tudo certo na reunião dos presidentes. Eles devem decidir com o regulamento e com o bom senso."
O adiamento fazia sentido místico para o babalorixá da Mocidade, Pai Tinho de Odé. "Vamos soltar o grito amanhã (hoje), no dia de Xangô. Nada mais apropriado para quem se inspirou em Jorge Amado", disse, também antes de saber o resultado.
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