Frota aumenta e ainda falta táxi em SP

Inclusão de 1,2 mil veículos não resulta em facilidade para encontrar carros nas ruas; serviço de radiotáxi tem espera de até 50 minutos

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Por Bruno Ribeiro
Atualização:

A inclusão, ainda em curso, de mais 1.200 táxis à frota de São Paulo não resultou, por enquanto, em facilidade para encontrar o serviço nas ruas da cidade. No horário de pico, nos principais centros comerciais, ou mesmo fora deles, e nos bairros ainda é preciso paciência para encontrar um carro disponível. A espera pode chegar a 50 minutos.As dificuldades são duas: quem tenta pegar um táxi na rua esbarra nos congestionamentos, que emperram o fluxo dos táxis - como ocorre com qualquer outro carro. Além disso, quando um deles é encontrado, há chances de já estar ocupado. Foi o que aconteceu na última quinta-feira, quando o Estado tentou encontrar táxis nas Avenidas Paulista, na região central, Brigadeiro Faria Lima e Engenheiro Luís Carlos Berrini, ambas na zona sul, principais centros financeiros da cidade."Já estou faz quase uns dez minutos aqui na esquina. Passam vários táxis, mas eles estão cheios", disse a assistente de advocacia Viviam Lima Passos, de 24 anos, na esquina da Paulista com a Rua Pamplona. Na Avenida Brigadeiro Faria Lima, a reportagem contou oito veículos passando até encontrar o primeiro táxi vazio.Mas o problema de não encontrar táxi pode acabar quando se vai a um ponto. Todos os 11 percorridos na última quinta-feira tinham veículos disponíveis para quem estivesse disposto a uma caminhada até lá. A exceção foi um ponto no final da Faria Lima, na esquina com a Avenida Hélio Pellegrino. E, mesmo lá, um dos carros do ponto apareceu em cinco minutos. A cidade tem cerca de 2.300 pontos nas cinco regiões.Radiotáxi. Outra questão ainda não solucionada foi a utilização das empresas de radiotáxi. A cidade tem 46 empresas autorizadas a explorar o serviço. A reportagem fez quatro chamados em cada um dos endereços visitados. Oito dos pedidos foram atendidos em até 20 minutos. Em um dos casos, a previsão dada pela empresa foi de 50 minutos. E em apenas um dos chamados a resposta foi que não havia previsão para atendimento."Não é que falta táxi. Acontece que o trânsito é muito travado. A gente fica justamente nessas regiões centrais, mas demora para chegar porque não dá para atravessar o congestionamento", disse o taxista de uma das empresas, de 42 anos.Fora do horário de pico, o desafio é outro nos bairros residenciais. As empresas reduzem o número de veículos disponíveis e a espera tende a ser ainda maior. A reportagem acompanhou uma mulher que solicitou um chamado em Pinheiros, na zona oeste, perto das 23h de quinta-feira. A resposta que teve da empresa é que não havia previsão para atendimento. Ela aguardou a empresa telefonar de volta, o que demorou cerca de 30 minutos. E, quando houve o contato, a previsão foi que seriam necessários mais 20 minutos até que o carro aparecesse. Ampliação. Em dezembro de 2010, reportagem do Estado relatava a falta de táxis em shoppings, rodoviárias a até em aeroportos. Naquela ocasião, a espera chegava a uma hora. Em junho do ano passado, a Prefeitura autorizou a inclusão de mais carros à frota, por meio de sorteios feitos pela Loteria Federal. Foi a primeira vez que a frota aumentou em 15 anos: o último sorteio de vagas havia ocorrido em 1996.Além de aumentar a frota, a Prefeitura afirma ter feito 97.734 fiscalizações em táxis apenas no ano passado - na média, cada táxi foi fiscalizado por três vezes no ano. O resultado foi a aplicação de 9.526 multas por motivos que variam de recusa a corridas, falta de conservação do carro e descumprimento de regras. Além disso, a Prefeitura afirma ter retirado 486 táxis clandestinos de circulação só em 2011.

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