
15 de outubro de 2010 | 09h30
SÃO PAULO - Especialista em segurança pública, o coronel da reserva da Polícia Militar José Vicente da Silva Filho disse que as fraudes bancárias são mais preocupantes do que os roubos às agências no Brasil. Segundo ele, em 2009, os golpistas causaram aos bancos no País um prejuízo de R$ 800 milhões e os assaltantes, R$ 50 milhões.
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O coronel afirmou que o número de roubos a bancos no Brasil vinha caindo e o combate a esse tipo de crime não é mais prioridade das polícias. "A redução tinha sido expressiva. Em 2000, a Febraban registrou 1.903 assaltos às agências bancárias no Brasil. Em 2009 foram 430, sendo 212 no Estado de São Paulo. O quadro só preocupa em cidades do interior do Nordeste, onde os ladrões atacam em bando e há pequeno destacamento da PM", argumentou.
Ex-secretário nacional de Segurança Pública no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Silva Filho disse que os assaltos diminuíram porque os bancos investiram R$ 2 bilhões em equipamentos de segurança, como portas giratórias e detectores de metais. "Além desses investimentos, as polícias Civil e Militar também estão mais treinadas e preparadas para investigar e reprimir."
Silva Filho disse ainda que os bancos não trabalham mais com muito dinheiro nos caixas. "Uma vez ou outra as agências aumentam o numerário por alguma necessidade. É possível que nessas situações, os ladrões possam contar com informações privilegiadas para realizar seus ataques aos bancos e levar um volume maior de dinheiro", explicou.
De acordo com o coronel, boa parte dos bancos dispõe do malote inteligente. O equipamento tem um dispositivo. Quando o malote é aberto, uma tinta explode e marca as cédulas. "Isso também evita os roubos. Mas sindicatos de vigilantes são contra o uso desse material porque acham que vai gerar desemprego."
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