
27 de agosto de 2012 | 03h03
O consórcio liderado pelo grupo francês JCDecaux vai ser o responsável por instalar mil relógios de rua em São Paulo. Ele foi o único habilitado na concorrência para a concessão dos equipamentos, que teve seu resultado publicado anteontem no Diário Oficial da Cidade. Dono da concessão do sistema de aluguel de bicicletas de Paris e responsável por projetos no mobiliário urbano de 50 países, os franceses também disputam a manutenção de 7,5 mil abrigos de ônibus.
A concessão do mobiliário urbano paulistano é uma promessa do prefeito Gilberto Kassab (PSD) para garantir que os relógios e abrigos fiquem sempre em bom estado de manutenção. As licitações preveem ganho aos cofres públicos de R$ 439 milhões pelos próximos 25 anos - que, divididos entre abrigos e relógios, vão dar R$ 195 por mês por ponto na capital. Como contrapartida, a concessionária vai colocar anúncios nos equipamentos. A volta da publicidade nas ruas da cidade, vetada desde janeiro de 2007 pela Lei Cidade Limpa, deve ocorrer antes do fim do ano.
O grupo francês, o único habilitado na licitação dos relógios, está associado à Policrono, empresa que já fazia a administração dos equipamentos. Derrotado na disputa, o consórcio que tinha à frente os mexicanos do Imágines y Muebles Urbano tem cinco dias para recorrer. O resultado final da concorrência para a manutenção dos abrigos sai nas próximas semanas.
Hoje a capital tem 296 relógios de rua, muitos deles quebrados ou informando horários e temperaturas errados. Pela divisão dos novos contratos, as zonas oeste, sul e leste vão receber 150 relógios novos cada no início da concessão. As zonas norte e o centro terão, cada uma, cem.
A JCDecaux era a favorita para ganhar os contratos dos relógios e dos abrigos desde 2007, quando Kassab anunciou que abriria a licitação. Os franceses são considerados até pela imprensa americana como os maiores inovadores do mundo na gestão e design de painéis em equipamentos públicos e são responsáveis por relógios e abrigos em cidades como Berlim, Tóquio e Nova York. Eles visitaram o Brasil em 2008 e manifestaram interesse em recuperar o mobiliário da cidade.
A reforma dos relógios e abrigos ocorre com quatro anos de atraso e às vésperas da eleição municipal. A licitação chegou a ser suspensa neste ano pelo Tribunal de Contas do Município (TCM) em junho e foi retomada só 50 dias depois.
A reforma do mobiliário urbano incluiu no mês passado a instalação de 150 mil novas lixeiras verdes pelas ruas da cidade. / COLABOROU DANIEL TRIELLI
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