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'Foi muito certinho e organizado'

Por Camilla Haddad JORNAL DA TARDE
Atualização:

ENTREVISTA

Engenheiro, vítima do grupo que agia perto da representação dos EUA

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Uma das vítimas do trio de criminosos que atacava no entorno do Consulado Americano, um engenheiro de 28 anos, que pediu para não ser identificado, diz que os bandidos não foram violentos e agiram de forma organizada. "Foi tudo muito certinho", afirmou. Ele foi dominado por volta das 11h30 de um dia de agosto, após deixar a mulher na representação americana. O relato dele é semelhante ao de outras vítimas. Em seu primeiro assalto, o engenheiro disse não ter ficado nervoso. Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

Como foi o crime?

Tinha deixado minha mulher no consulado. Eu trabalho em obra e tinha uma perto para fazer a supervisão. Antes de ir embora, desci do carro para pegar uma blusa, pois estava frio. Nesse momento, dois homens se aproximaram, um deles bem vestido, de terno e gravata.

O que a dupla falou?

Não foram agressivos, me colocaram no banco do passageiro e depois veio um outro que eu não tinha visto. A arma estava apontada para mim, mas não o tempo todo, porque meu cinto ficou preso no freio de mão. Eu percebi que foi tudo muito certinho e organizado. Em uma praça no Panamby (no Morumbi, zona sul), um motoqueiro apareceu e pegou o cartão com a senha (para fazer os saques).

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E depois?

Ficaram rodando comigo pela Marginal do Pinheiros. Passamos perto de várias pontes, Transamérica, Socorro e João Dias, mas sempre na Marginal.

Qual foi seu prejuízo?

Levaram três celulares: o meu particular, o da empresa e o da minha mulher, que havia deixado o aparelho comigo porque o consulado proíbe a entrada com telefone. Levaram uma corrente de ouro, mas tenho seguro do banco. Fiquei sabendo que eles fizeram R$ 1.400 em compras no Extra e sacaram R$ 1 mil no banco. Além disso, fizeram outros dois saques de R$ 500 no cartão de crédito.

E sua libertação?

Foi na pista expressa da Marginal do Pinheiros. Eles me deixaram com meu carro e deu para ver que levaram um tempão para atravessar a via.

Você já havia sido vítima de assalto?

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Nunca passei por isso. Não fiquei muito nervoso. A minha mulher ficou mais nervosa que eu quando soube. Depois de deixar o consulado, ela foi andando até a obra onde trabalho. Eu cheguei lá bem mais tarde, depois de ser libertado, e peguei o celular emprestado do estagiário. Liguei para o banco para cancelar os cartões.

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