
07 de junho de 2011 | 00h00
Usada como avenida, a Raposo virou obstáculo diário aos "granjeiros". Há cinco anos, o fluxo diário entre Cotia e São Paulo era de 108,9 mil veículos. Saltou para 181,7 mil em 2010. A Secretaria de Estado dos Transportes credita o aumento à expansão da região e o crescimento da frota.
Moradores não reclamam só do trânsito, mas da falta de estrutura do sistema viário. "As ruas são estreitas, não tem por onde desviar", diz Mercier Moretti, de 75 anos, há 14 na região.
Via principal do bairro, a Avenida São Camilo tem apenas 3,5 km de extensão, menos de 8 metros de largura e é mão dupla. Calçada, quase não há. O "cruzamento indiano" com a José Félix já virou chacota. "Chega a ser cômico de tão caótico. Não tem sinalização, é um carro entrando na frente do outro", diz a dona de casa Maria Lúcia Metzler.
A Prefeitura de Carapicuíba - que divide com Cotia a administração da Granja - está duplicando a Estrada da Fazendinha, no fim da São Camilo. A avenida principal, porém, segue sem projeto. "Alargar a São Camilo não é algo em um horizonte próximo. Seria uma obra traumática pela quantidade de comércio e residências que temos ali", explica o secretário de Obras de Cotia, Benedito Simões. Para ele, a solução não é viária, mas ferroviária. "É preciso pensar em outras alternativas, como trem e VLT. Se pensarmos só em viário, daqui a pouco vai ter minhocão em toda a região metropolitana."
O NOME DO BAIRRO
Granja Viana
Nos anos 1920, parte de Cotia não passava de matagal quando o industrial Niso Vianna inaugurou ali uma fazenda de leite. Às margens da Raposo Tavares, construiu a Igreja de Santo Antônio. Também ajudou a fundar a primeira escola da área, hoje o Colégio Rio Branco. Com o tempo, passou a lotear terrenos. No fim da década de 70, começaram a surgir os primeiros condomínios.
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