08 de fevereiro de 2013 | 02h01
Em plena abertura do carnaval, a população de Florianópolis (SC) continuará a enfrentar a onda de violência que assombra a cidade há nove dias. Mesmo com a promessa de aumento do efetivo da segurança pública, uma espécie de "toque de recolher" deverá diminuir o ambiente de festa nas noites no centro da cidade, local preferido pelos foliões.
A prefeitura determinou que os ônibus circulem das 6h às 23h até que cessem os ataques. Os ônibus que percorrerem as linhas, especialmente as que contemplam a população residente nos morros, terão acompanhamento de escolta policial a partir de hoje, conforme iniciativa da prefeitura que locou 20 carros para auxiliar a PM. "Não é justo que as comunidades mais carentes sejam segregadas", justificou o prefeito César Souza Júnior. Florianópolis é a 2.ª cidade catarinense com maior número de atentados desde 30 de janeiro.
As polícias de Joinville, que registrou o maior número de casos, e de Brusque, que ontem teve seus dois primeiros ataques, também deflagraram esquema especial de segurança para circulação de ônibus urbanos.
Casos. No Estado, já são 74 ocorrências em 24 cidades - 31 ataques foram contra ônibus. Pelo menos 110 pessoas estão entre os suspeitos de envolvimento nos crimes. A polícia prendeu 22 pessoas. A noite de quarta e a madrugada de ontem estão entre as mais violentas desde o início das ações criminosas. Foram nove ocorrências em menos de seis horas. Em São João Batista, na Grande Florianópolis, dois homens incendiaram o ônibus de uma banda de música.
Segundo a polícia, a facção criminosa Primeiro Grupo Catarinense (PGC) está por trás das ações, em protesto contra a política disciplinar nas penitenciárias do Estado.
Entre os últimos ataques, foram disparados 12 tiros contra a residência de um cabo, em Itajaí. No bairro Saco dos Limões, coquetel molotov foi lançado contra o carro de um cabo da PM, que conseguiu controlar o fogo. Um homem suspeito foi preso logo em seguida. Em Navegantes, três veículos foram incendiados em um ferro-velho.
Em Bom Retiro, às margens da BR-282, na região serrana do Estado, criminosos atearam fogo a um ônibus de uma empresa privada. Em Joinville, um caminhão foi incendiado na madrugada de ontem.
Ontem a cúpula da segurança de Santa Catarina descartou a ajuda da Força Nacional oferecida pelo Ministério da Justiça.
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