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Fiscais de Santo Amaro são presos em flagrante com R$ 40 mil em propina

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Por Adriana Ferraz
Atualização:

Um casal de fiscais da Subprefeitura de Santo Amaro, na zona sul da capital, foi preso em flagrante recebendo R$ 40 mil em propina. A ação policial foi desencadeada por uma investigação da Controladoria Geral do Município, órgão criado neste ano pelo prefeito Fernando Haddad (PT). Segundo ele, os servidores exigiam R$ 80 mil para a liberação de um alvará de execução de obra.O achaque foi feito à Unimed Paulistana, que reforma um prédio na Avenida Adolfo Pinheiro para instalação de uma unidade de pronto-atendimento. Segundo funcionários da empresa relataram à polícia, Sheila Rodrigues Adell Caramico, de 62 anos, e Nicola Caramico, de 69, ameaçaram lavrar uma multa no valor de R$ 194 mil, caso o pagamento não fosse efetuado. A servidora chamou os funcionários do grupo para conversar na sede da subprefeitura, onde chegou a pedir R$ 97 mil em espécie para "resolver o problema" da falta de licença. Depois, aceitou negociar o valor e até parcelar em duas vezes. O segundo pagamento seria feito após o término da obra. Ontem, porém, durante a entrega da primeira parcela, Sheila foi presa na companhia do marido em um café, no MorumbiShopping, zona sul.Segundo o delegado Sergio Norcia, titular do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC), os dois os servidores responderão pelo crime de concussão - ato de exigir para si ou para terceiro algum tipo de vantagem em razão da função que ocupa. A pena varia de 2 a 8 anos e é inafiançável. Na esfera administrativa, um processo interno pode culminar na exoneração de ambos do cargo.O advogado do casal, Marcelo Assis Fernandes, nega o crime. Segundo ele, os fiscais foram ao shopping apenas para receber a documentação exigida para regularização da obra. "Foi uma surpresa saber que havia R$ 40 mil na sacola. Isso dá a entender que os empresários é que queriam subornar o casal", afirmou. A defesa vai pedir a liberdade provisória dos dois ainda hoje.Carta-branca. Haddad comemorou o que classificou como uma resposta rápida diante da primeira denúncia recebida. "Foram 15 dias de investigação até a prisão. O controlador Mário Vinícius Spinelli tem carta-branca para agir." O órgão não descarta participação de outros funcionários nem trata o caso como isolado.

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