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CPTM: greve de ferroviários afeta as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade

A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos informou que as linhas 7-Rubi, 8-Diamante, 9-Esmeralda e 10-Turquesa operam normalmente; Prefeitura suspendeu o rodízio de veículos e disse que vai monitorar o trânsito

Foto do author João Ker
Foto do author Davi Medeiros
Por João Ker , Marianna Gualter e Davi Medeiros
Atualização:

SÃO PAULO - Os ferroviários de São Paulo estão em greve desde a meia-noite desta terça-feira, 24. Segundo a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), nesta manhã, a linha 11-Coral está operando parcialmente, já as linhas 12-Safira e 13-Jade estão totalmente paralisadas. As demais linhas do sistema funcionam normalmente. 

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Em nota, a CPTM informou que acionou a frota do Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (Paese) para auxiliar os passageiros a partir das 4h desta manhã. Segundo a companhia, os trens da linha 3-Vermelha, do Metrô, e os ônibus intermunicipais da EMTU também operam com reforço de frota para atender à demanda.

Como está o funcionamento de cada uma das linhas: 

  • Linha 7-Rubi: opera normalmente.
  • Linha 8-Diamante: opera normalmente.
  • Linha 9-Esmeralda: opera normalmente. 
  • Linha 10-Turquesa: opera normalmente.
  • Linha 11-Coral: funcionamento parcial. Circulação interrompida entre as estações Guaianazes e Estudantes. Ônibus gratuitos realizam o percurso entre o trecho afetado.
  • Linha 12-Safira: totalmente paralisada. Ônibus gratuitos realizam o percurso entre as estações Calmon Viana e Tatuapé. 
  • Linha 13- Jade: totalmente paralisada. Ônibus gratuitos realizam o percurso entre as estações Engenheiro Gourlart e Aeroporto-Guarulhos.

A SPTrans informou, por meio de nota, que uma frota especial com 22 veículos foi disponibilizada "para garantir o deslocamento dos usuários". Os ônibus atenderão entre as estações Jd. Romano e Tatuapé.

Rodízio de veículos suspenso

Após o anúncio da greve, a Prefeitura de São Paulo decidiu suspender o rodízio de veículos na capital, durante os horários da manhã e da tarde/noite. Em nota, o município afirma que a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) vai monitorar as vias da cidade e "implementar medidas operacionais com vistas a melhorar a fluidez de ruas e avenidas, especialmente para o deslocamento do transporte público coletivo". 

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Érica Silva, 34, consegue chegar ao trabalho usando o metrô, mas tem de sair mais cedo de casa. Ela relata que a interrupção da CPTM causa transtorno em seu dia porque sobrecarrega outros meios de locomoção, que ficam cheios. “No contexto de pandemia, acho arriscado pegar o metrô lotado, sem ventilação”, diz. “Sempre que tem greve, acontece isso”.

O almoxarife Derik Cristian, 27, também relata pontos de ônibus e conduções superlotados na ida ao trabalho quando a CPTM faz greve. Além disso, a paralisação gera atraso em seu serviço para os clientes, dado que os funcionários demoram para chegar à empresa. “Vira uma bola de neve”.

Nas redes sociais, usuários expõem supostas aglomerações nas plataformas devido à paralisação. 

Negociações de reajuste salarial

Segundo Alexandre Múcio, diretor-geral do Sindicato dos Ferroviários da Central do Brasil, a categoria pleiteia os reajustes salariais referentes aos dois últimos anos, de 2019 para 2020 e do ano passado para este ano. Ele afirma que os funcionários não tiveram reposição desde o início da pandemia do novo coronavírus. 

Trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) Foto: Valéria Gonaçalves/ Agência Estado - 16/03/2010

"É reposição salarial, não é aumento. A empresa usou a pandemia como desculpa para não negociar a reposição de 2019 para 2020 e, agora, usou a mesma desculpa esse ano. Faz um ano e seis meses que não temos reposição salarial, sem parar um dia de trabalho", diz Múcio. 

Duas propostas foram feitas para a categoria, ambas negadas em assembleia. Na primeira, o reajuste seria de 5% para o período dos dois anos. Na segunda, apresentada durante reunião nesta terça-feira com o Tribunal Regional do Trabalho, seriam dois reajustes, de 4% e 6%, mas o referentes aos meses corridos só começaria a ser pago a partir de 2022, em dez parcelas. 

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"O governo tem anunciado sistematicamente contratos voluptuosos com a privatização. A indignação está nesse sentido. Infelizmente, entendemos os problemas que a população vai ter, mas a culpa não é nossa", afirma. Segundo Múcio, os números oficiais apontam que pelo menos 48 funcionários da CPTM teriam morrido em decorrência do coronavírus, mas ele estima que o total possa chegar a mais de 80. 

Em nota, a CPTM classifica a greve como "inadmissível" e afirma que a categoria estaria "prejudicando e punindo exclusivamente o cidadão que necessita do transporte público para ir ao trabalho". A empresa também reforça que o salário médio de seus funcionários é de R$ 6,5 mil, mas Múcio rebateu dizendo que esse valor é quando são considerados os rendimentos de diretores e assessores. A maioria dos operadores que entrarão em greve, segundo ele, recebe cerca de R$ 3 mil. 

A Companhia também declarou que adesão total à greve nas linhas 12-Safira e 13-Jade contraria uma decisão da Justiça do Trabalho que obriga a manutenção de 70% dos profissionais da categoria durante os horários de pico e 50% nas demais horas, sob pena de R$ 100 mil diários.

Segundo a empresa, os trens vão operar na terça-feira com um “plano de contingência” para atender à demanda. A linha 11-Coral é responsável pelo maior tráfego do sistema, são 686,5 mil pessoas todos os dias. Totalmente paralisadas, as linhas 12-Safira e 13-Jade transportam juntas cerca de 302 mil passageiros diariamente.

 

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