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Feira de Salvador muda para receber turistas

Com infraestrutura precária, o mercado de São Joaquim será reformado ao custo de R$ 32 milhões e vai ganhar 142 bancas e 39 restaurantes

Por Tiago Décimo e SALVADOR
Atualização:

Nas últimas décadas, o maior mercado popular de Salvador, a Feira de São Joaquim, com 2 mil boxes e bancas, tem sido o paraíso de turistas peculiares - antropólogos, sociólogos, cientistas sociais, cineastas, estudantes e curiosos interessados em conhecer mais a fundo a personalidade do soteropolitano. Agora, turistas tradicionais também terão bons motivos para conhecer o local.

A obra que pretende transformar a feira, instalada naquela área há meio século, em equipamento turístico da cidade começou nesta semana, após três anos de estudos, projetos, licenciamentos e licitações.

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Longe do turista convencional, a profusão de itens comercializados, de frutas a artesanato, de frutos do mar a aves vivas, de refeições prontas a artigos religiosos, é o chamariz para 10 mil visitantes diários. Tudo um deleite, por exemplo, para fotógrafos como o paulista César Coelho, de 40 anos. "Isso é autêntico, é a população no dia a dia, sem disfarces, sem o politicamente correto", disse Coelho sobre a feira, hoje em situação precária.

A maioria dos visitantes e dos comerciantes, porém, não reage com tanta empolgação à estrutura ruim. "Faz pelo menos três décadas que a gente luta pela reabilitação da feira", disse o presidente da Associação de Feirantes de São Joaquim, Nilton Ávila Filho.

Pelo projeto, o espaço passará por reforma até 2014. Estão previstos investimentos de R$ 32 milhões (dos governos federal e estadual). "Vamos ter uma nova feira, capaz de atrair turistas 'tradicionais' e aumentar a frequência dos clientes habituais."

Mudança. A feira continuará em funcionamento enquanto as obras são realizadas. Os feirantes serão transferidos para uma nova área.

Quando a reforma estiver pronta, serão somados mais 9,5 mil metros quadrados aos atuais 38 mil da feira. Serão mais 142 bancas e 39 restaurantes. "A feira ficará maior, melhor e mais bonita", disse o secretário de Turismo, Domingos Leonelli.

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Ao fim dos trabalhos, 900 boxes terão sido demolidos e reconstruídos. "Será uma recuperação definitiva da feira, que é uma instituição baiana", disse o governador Jaques Wagner.

A principal mudança para o turismo, porém, está no que hoje é o "fundo" da feira: um grande muro que separa comerciantes e visitantes da belíssima vista para a Baía de Todos os Santos. O muro será removido e nos boxes daquela área ficarão os restaurantes e bares. Também será construído um píer no local. "Estamos confiantes de que o turismo trará nova vida para a feira", afirmou Ávila Filho.

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