11 de março de 2016 | 22h50
MAIRIPORÃ - Tudo o que o açougueiro Cristiano França tinha ficou entre a lama e os escombros do deslizamento da barreira que caiu em Mairiporã, na Grande São Paulo. A casa, os móveis, o filho, um enteado, a mulher, o pai, a mãe e uma sobrinha. Na casa onde ele morava, no terceiro andar do imóvel, viviam 11 pessoas. A mudança para um novo endereço estava marcada para o próximo domingo. Mas não deu tempo.
“A gente ia mudar na quinta-feira, mas adiamos por causa da chuva. Eram nossas últimas horas naquela casa”, disse Franca, que teve ferimentos leves no rosto e na perna. Com ele, conseguiram sair do imóvel sua irmã, os enteados e uma amiga. Uma sobrinha foi a primeira a ser encontrada.
Às 9h, quando chovia muito, a família assistia à TV na sala. Escutaram o barulho e tentaram sair correndo. Como a casa era no terceiro e último andar, foram os primeiros atingidos. Cristiano ainda tentou voltar para socorrer os parentes, mas não deu tempo. “Queria ter morrido com eles.”
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