
24 de novembro de 2011 | 03h04
Enquanto o Rio de Janeiro comemora a ocupação pacífica de morros e a ofensiva contra o crime, a escalada da criminalidade repica em 19 municípios goianos e mineiros da desassistida região do Entorno do Distrito Federal.
Alijada do universo de poder e dinheiro que emoldura a capital federal, a população de 1,5 milhão de habitantes da "Baixada Candanga", a 40 quilômetros do Palácio do Planalto, vive carência absoluta de segurança pública, redes de água e esgoto, saúde e educação. Dados do Gabinete de Gestão de Segurança Pública do Entorno mostram que houve 540 assassinatos na região neste ano, 92 a mais do que no mesmo período de 2010.
A cidade de Valparaíso (GO) apresenta taxa média de 76 homicídios por grupo de 100 mil habitantes. Só perde para Honduras, cuja média é de 77 mortes por 100 mil habitantes - país que foi considerado o mais violento do mundo pelas Nações Unidas. Nos primeiros dez meses do ano, o município registrou 96 homicídios - 14 a mais do que no mesmo período de 2010.
Valparaíso só perde para a vizinha Luziânia, que apresentou 126 homicídios até outubro, 17 a mais que no mesmo período de 2010. A média de homicídios em Luziânia é de 73,9 mortes para cada 100 mil habitantes.
Chefe do Gabinete de Segurança do Entorno, o coronel Edson da Costa Araújo teme que a região caminhe no sentido inverso ao da pacificação do Rio. "É preciso fazer algo, enquanto o Estado ainda não perdeu o controle do território", diz. Por ora, o governo ensaia tirar do papel o "PAC do Entorno", que promete dar recursos federais e estímulo para o desenvolvimento econômico da região. / ANDREA JUBÉ VIANNA
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