04 de novembro de 2011 | 03h04
Além das questões técnicas, há um outro aspecto envolvido: os interesses culturais. Ao passar por esse processo de desenvolvimento imobiliário, os municípios litorâneos acabam se descaracterizando.
Geralmente quando há autorização para esse crescimento, os favorecidos são somente os empreendedores e investidores do mercado imobiliário. A população paga o imposto e não é favorecida no processo de "modernização".
Esse impacto pode ser sentido na cidade de Santos, por exemplo, que já passou, nos anos 1950 e 1960, por um processo de verticalização que trouxe prédios para toda a orla. O impacto foi muito grande em toda a dinâmica local.
Não sei os detalhes da mudança da legislação em Caraguatatuba. Mas sei que a Serra do Mar é um bem cultural tombado pelo Condephaat. E em Caraguatatuba há situações de urbanização muito próximas da serra. Então, outra agravante é o impacto que vai causar na questão da sustentabilidade, no patrimônio natural.
Leila Regina Diegoli, é coordenadora do curso de arquitetura, urbanismo da Universidade Católica de Santos.
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