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Executiva do PT cria comissão para ouvir deputado Luiz Moura

Parlamentar participou de reunião que foi alvo de operação do Departamento Estadual de Investigações Criminais em uma investigação sobre o envolvimento do PCC nos ataques a ônibus em SP

Por Fernando Gallo
Atualização:

SÃO PAULO - A Executiva do PT paulista decidiu criar uma comissão para ouvir o deputado estadual Luiz Moura (PT) a respeito das denúncias que envolveram seu nome na semana passada.

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A comissão que analisará o caso será formada pelo presidente do PT-SP, Emídio de Souza; pelo secretário-geral do partido, Vilson Augusto; pelo líder do PT na Assembleia Legislativa, João Paulo Rillo; e pelo deputado estadual Gerson Bittencourt.

Luiz Moura participou de uma reunião que foi alvo de uma operação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (DEIC) em uma investigação sobre o envolvimento do PCC nos ataques a ônibus na capital paulista neste ano e da qual participaram pessoas com antecedentes criminais e um foragido da Justiça.

Na reunião havia 40 pessoas, algumas delas suspeitas de integrar o PCC. Várias delas foram conduzidas para uma delegacia para averiguação. Moura não estava entre elas.

O deputado nega qualquer envolvimento com o PCC e afirma que estava na reunião - uma cooperativa da qual já foi diretor - negociando o reajuste salarial dos trabalhadores justamente para evitar greves. Ele afirma que na zona leste da capital paulista, sua região de atuação, o transporte foi menos prejudicado do que nas outras com a greve da semana passada.

Moura é ligado ao secretário municipal de Transportes, Jilmar Tatto. Os dois fazem parte da mesma corrente no partido, a PTLM (PT de Lutas e Massas), uma das maiores da capital paulista. Na quarta-feira passada, o secretário de Comunicação do governador Geraldo Alckmin (PSDB), Marcio Aith, citou a reunião da qual participou Moura em entrevista ao programa do Datena, da Band.

Ele não disse quem era o parlamentar nem a qual partido ele pertencia, mas destacou a relação com Tatto. O secretário municipal disse depois que não sabia a quem Aith se referia e que só podia responder pelos seus próprios atos.

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Moura exerce seu primeiro mandato de deputado na Assembleia Legislativa de São Paulo. Nos anos 90 ele foi condenado pela Justiça do Paraná e também pela Justiça de Santa Catarina a cumprir 12 anos de prisão por assaltos a mão armada.

Moura passou mais de um ano e meio na prisão, mas fugiu. Foi beneficiado pela prescrição e apresentou-se depois para pedir reabilitação criminal. Declarou-se arrependido e alegou que cometeu os crimes porque usava drogas.

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