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Ex-rei da noite

Fundador de baladas lendárias, como Gallery, José Victor Oliva já chegou a comandar 15 casas noturnas e restaurantes na capital. Mas abdicou do trono, abriu empresas de eventos e agora trabalha de dia e dorme à noite

Por Edison Veiga e Rodrigo Burgarelli
Atualização:

Foram 20 anos trabalhando duro, das 9 da noite às 7 da manhã. Um motorista o buscava em casa ou no escritório, antes de as coisas começarem a esquentar. Aí tinha início a ronda diária, que, no auge dos anos 1980 e 1990, contemplava seus 15 restaurantes e casas noturnas na capital. Entre eles constavam nomes lendários da noite paulistana, como Resumo da Ópera, Moinho Santo Antônio e o classudo Gallery, onde cada parada significava uma olhada nos negócios e um social com o público e os convidados.

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O empresário José Victor Oliva. Fotos: André Lessa/AE e Eliana Assumpção/AE-5/12/1990

Tudo isso ficou no passado. José Victor Oliva, hoje com 57 anos, não é mais o rei da noite paulistana e a maior parte das suas casas fechou. Outras foram vendidas e continuam funcionando sob nova direção, como, por exemplo, o restaurante Chef Rouge, nos Jardins. Em 1990, data da foto original, o local se chamava Manhattan – a moda na época eram os nomes em inglês – e abrigava também o escritório do empresário. “Estou muito feliz de estar aqui de volta. Vi que pintaram a parede, tiraram o piso de madeira...”, diz, vistoriando o ex-restaurante, fundado nos anos 1980. A mudança mais visível é o toldo de pano que agora encobre as duas belas árvores na entrada. Uma tela de policarbonato e cortinas de pano fazem uma espécie de telhado, contornando apenas o tronco das árvores – as copas são tão grandes que chegam a atravessar a rua por cima dos panos. “Mas, no geral, as alterações foram poucas. Ainda está tudo bem parecido ao que era”, afirma Oliva.

Já sua rotina hoje é completamente diferente. O empresário é dono de uma holding de empresas de marketing e promoção de eventos e cria cavalos no interior. Por causa desse hobby, seus dois filhos com a ex-jogadora de basquete Hortência decidiram treinar hipismo e agora praticam o esporte na Europa, sonhando com os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. “Minha vida mudou completamente. Fui uma pessoa muito bem realizada na noite, mas não sinto falta daquilo. Amo o que faço agora”, garante, satisfeito.

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