
10 de maio de 2010 | 00h00
O caso de Elaine é exemplo das dificuldades e da burocracia enfrentadas por vítimas de violência doméstica que resolvem denunciar os maridos. Ela conta que, na primeira vez em que foi espancada, a Polícia Civil estava em greve. "O delegado disse que não poderia prendê-lo por causa da paralisação."
Cinco meses depois do episódio, Elaine e o marido reataram o casamento. Mas não demorou para que voltasse a agredi-la. Preso em flagrante, o homem passou dois dias detido. Saiu sob a condição de manter distância de 50 metros da mulher. "Ele nunca cumpriu", relata Elaine.
Com medo, ela e o filho se refugiaram por alguns dias na Casa Viviane, um núcleo de defesa da mulher. Uma semana depois, quando os dois já haviam voltado para o apartamento em que vivem em Guaianases, na zona leste de São Paulo, o marido exigiu que Elaine e o filho fossem com ele até sua casa. "Fui violentada na frente do menino."
Na quinta-feira, a Justiça negou o pedido de prisão feito pela polícia contra seu marido. "O promotor me orientou a fugir ou a ir para um abrigo para mostrar para a Justiça que as medidas restritivas não surtiram efeito, mas eu discordei", diz a vítima. "Eu fujo e ele fica solto?"
Nos últimos meses, Elaine vive tentando se esconder. Sua rotina se resume a sair para trabalhar, voltar e se trancar com o filho. "Eu me sinto presa num cativeiro." / B.T e M.G.
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